<MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=15 mm><LF=164 mm><AF=259 mm><FIOH=2 pt><MF=27 mm><PF=40 mm><LF=164 mm>ATA DA VIGÉSIMA SEGUNDA REUNIÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 17.12.1997.

 


Aos dezessete dias do mês de dezembro do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e trinta minutos foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Garcia, Fernando Záchia, João Dib, José Valdir, Maria do Rosário, Reginaldo Pujol e Renato Guimarães, Titulares. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Eliseu Sabino, Gerson Almeida, Isaac Ainhorn, Lauro Hagemann, Nereu D'Ávila e Paulo Brum, Titulares, e Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, Luiz Braz, Sônia Santos e Tereza Franco, Não-Titulares. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Vigésima Reunião Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 02 Pedidos de Providências; pela Vereadora Clênia Maranhão, o Pedido de Informações nº 198/97 (Processo nº 3731/97); pelo Vereador Luiz Braz, os Pedidos de Informações nºs 195, 196 e 197/97 (Processos nºs 3697, 3698 e 3699/97). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 33/97, do Deputado Estadual Rubens Pillar, Presidente da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; 1098/97, da Senhora Wrana Maria Panizzi, Reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 1403/97, do Senhor Martim Saraiva Barboza, do Gabinete do Vice-Governador do Estado/RS; 2821 e 2846/97, do Senhor Gilberto Mussi, Chefe da Casa Civil Adjunto do Estado/RS; s/nº, do Senhor Rubem Rodolpho Englert, Presidente da Bolsa de Mercadorias do Rio Grande do Sul; s/nº, da Secretaria do Trabalho, Cidadania e Assistência Social e da Comissão Tripartite e Paritária de Emprego do Estado/RS; s/nº, do Senhor Cristiano Roberto Tatsch, Presidente da Companhia Riograndense de Telecomunicações - CRT; s/nº, do Deputado Estadual João Osório, Presidente da Comissão de Serviços Públicos da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; Convites: do Senhor Antônio Britto, Governador do Estado do Rio Grande do Sul, da Revista Expressão e da Copesul, para cerimônia de entrega do V Prêmio Expressão de Ecologia; do Programa Guaíba Vive e do Departamento Municipal de Água e Esgotos - DMAE, para a apresentação do Plano Diretor de Esgotos - PDE; do Juiz Vilson Antonio Rodrigues Bilhalva, Presidente do Tribunal Regional da 4ª Região, e do Juiz Herbert Paulo Beck, Presidente do Foro Trabalhista de Farroupilha, para a solenidade de inauguração das novas instalações da Junta de Conciliação e Julgamento de Farroupilha; do Juiz Vilson Antonio Rodrigues Bi<D>lhalva, Presidente do Tribunal Regional da 4ª Região, e da Juíza Beatriz Renck, Presidente do Foro Trabalhista <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>de Porto Alegre, para a solenidade de inauguração do novo prédio das Juntas de Conciliação e Julgamento de Porto Alegre e do Acervo Histórico da Justiça do Trabalho/RS; da Diretoria do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado/RS - SINEPE/RS e do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade - PGQP, para a Assinatura do Termo de Cooperação entre a Instituição Evangélica Novo Hamburgo e o Hospital Moinhos de Vento; do Senhor Paulo Renato Souza, Ministro de Estado da Educação e do Desporto, e do Senhor Antônio Britto, Governador do Estado do Rio Grande do Sul, para a solenidade de lançamento do Programa "Toda Criança na Escola"; da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre, da Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia, da Petrobrás e do Centro Cultural Banco do Brasil/RJ, para a 7ª Mostra Curta Cinema. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib manifestou sua preocupação com a possibilidade de encaminhamento, pelo Executivo Municipal, de nova proposta para reajuste dos valores do Imposto Predial e Territorial Urbano de Porto Alegre, afirmando que tal atitude representaria um desrespeito a este Legislativo. Na ocasião, respondendo a Questão de Ordem do Vereador Fernando Záchia, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da forma de composição da Comissão Representativa, salientando que o assunto deverá ser analisado pela Procuradoria da Casa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Adeli Sell discorreu acerca da importância das discussões efetuadas durante o período de recesso parlamentar, reportando-se ao pronunciamento do Vereador João Dib e salientando que, caso seja necessário para apreciação de matérias, poderá ocorrer a convocação de uma Sessão Legislativa Extraordinária. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA e o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Mauro Garcia, Presidente da Associação dos Fiscais do Município. Foi aprovado o Requerimento nº 301/97 (Processo nº 3756/97 - Moção de Solidariedade à Brigada Militar e aos Soldados Eduardo, Rodrigues e Lamberty, pela forma como foram tratados pelo Deputado Federal Paulo Ritzel), de autoria do Vereador Adeli Sell, por cinco votos SIM, dois votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Adeli Sell, Reginaldo Pujol, Cyro Martini, João Dib, Luiz Braz, Fernando Záchia e Elói Guimarães, em votação nominal solicitada pelo Vereador Fernando Záchia, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Carlos Garcia, José Valdir, Maria do Rosário e Renato Guimarães, Não os Vereadores Fernando Záchia e João Dib e tendo optado pela Abstenção o Vereador Eliseu Sabino. Na oportunidade, o Vereador Gerson Almeida cedeu seu tempo de discussão do Requerimento nº 301/97 para o Vereador Cyro Martini. Também, o Vereador Luiz Braz, através de Questão de Ordem, reportou-se aos questionamentos suscitados pelo Vereador Fernando Záchia, referentes à composição da Comissão Representativa. Foi aprovado o Requerimento nº 298/97 (Processo nº 3733/97 - referente à publicação, na imprensa, do artigo "Chapéu Alheio" sem a apresentação do responsável), de autoria da Vereadora Maria do Rosário, por sete votos SIM, quatro votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Maria <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>do Rosário, Luiz Braz, Isaac Ainhorn e Anamaria Negroni, em votação nominal solicitada pelo Vereador Isaac Ainhorn, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Carlos Garcia, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Lauro Hagemann, Maria do Rosário e Renato Guimarães, Não os Vereadores Anamaria Negroni, Eliseu Sabino, João Dib e Paulo Brum e tendo optado pela Abstenção o Vereador Nereu D'Ávila. Na ocasião, foi registrada a presença do Senhor Paulo Rogério Amorety e a Vereadora Maria do Rosário solicitou a retirada dos Anais de termo utilizado por Sua Excelência durante seus pronunciamentos na Casa. Ainda, o Senhor Presidente registrou que, face à Licença do Vereador Clovis Ilgenfritz, o Vereador Lauro Hagemann, no dia de hoje, estará exercendo a titularidade na Comissão Representativa, tendo o Vereador Gerson Almeida prestado esclarecimentos acerca do assunto. Foi apregoado o Requerimento nº 300/97 (Processo nº 3755/97 - Moção de Repúdio ao Governador Antonio Britto, pelo deslocamento de policiais militares do interior do Estado e o descaso com que trata os funcionários públicos estaduais), de autoria do Vereador Antônio Losada, o qual foi retirado, a Requerimento verbal do Vereador Gerson Almeida, deferido pelo Senhor Presidente. Na ocasião, através de Questões de Ordem, os Vereadores Luiz Braz, Maria do Rosário e Nereu D'Ávila manifestaram-se acerca do Requerimento nº 300/97. Foi aprovado o Requerimento nº 299/97 (Processo nº 3737/97 - Moção de Apoio ao Hospital de Pronto Socorro pelos problemas de falta de recursos humanos e materiais enfrentados por esse Hospital), de autoria do Vereador Cláudio Sebenelo, por seis votos SIM e cinco votos NÃO, tendo votado o Senhor Presidente, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Nereu D'Ávila, Renato Guimarães, Luiz Braz, Anamaria Negroni e Fernando Záchia, em votação nominal solicitada pelo Vereador Isaac Ainhorn, tendo votado Sim os Vereadores Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, este com Declaração de Voto, João Dib, Nereu D'Ávila e Paulo Brum e Não os Vereadores Adeli Sell, Gerson Almeida, Lauro Hagemann, Maria do Rosário e Renato Guimarães. Na oportunidade, a Vereadora Anamaria Negroni formulou questionamentos acerca da possibilidade de adiamento do Requerimento nº 299/97 e os trabalhos estiveram suspensos, nos termos regimentais, das onze horas e trinta e cinco minutos às onze horas e trinta e seis minutos. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Gerson Almeida registrou representação dirigida por Sua Excelência ao Doutor Sérgio Porto, Procurador-Geral de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, contra os Senhores Antônio Britto e Cristiano Roberto Tatsch, face ao processo de instalação, pela Companhia Riograndense de Telecomunicações - CRT, de uma central pública de comutação telefônica para o complexo automotivo da General Motors na cidade de Gravataí, afirmando que a <D>instalação de uma central pública ao invés de uma central privada representa perda de recursos para a CRT. O Vereador Isaac Ainhorn teceu considerações acerca da possibilidade de convocação extraordinária deste Legislativo, declarando que uma convocação antes do final do corrente ano possuiria o objetivo básico de viabilizar a apresentação, pelo Executivo Municipal, de projeto de lei alterando valores do Imposto Predial e Territorial Urbano de Porto Alegre. O <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>Vereador Adeli Sell, discorrendo sobre o número crescente de pichações observadas em prédios públicos e privados da Cidade, salientou serem necessárias medidas concretas a respeito, sugerindo que funcionários públicos municipais e integrantes da Brigada Militar trabalhem como fiscais nessa área. Também, apoiou o Projeto de Lei do Legislativo nº 66/97, de autoria do Vereador Reginaldo Pujol, que regulamenta a venda de tinta "spray" na Cidade. Na ocasião, respondendo a Questão de Ordem do Vereador Reginaldo Pujol, o Senhor Presidente prestou informações acerca da ordem de chamada dos Senhores Vereadores para pronunciamentos no período de Comunicações. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Tereza Franco discorreu sobre sua atuação neste Legislativo durante o corrente ano, desejando boas festas e feliz Ano Novo e afirmando ter sido a colaboração recebida de todos o que viabilizou, em grande parte, a realização de seu trabalho junto à Câmara Municipal de Porto Alegre. O Vereador Luiz Braz reportou-se ao pronunciamento da Vereadora Tereza Franco, desejando a todos felicidades nas festas de fim-de-ano e afirmando que o "Natal deve ser encarado não apenas como o que de material possa vir, ele deve ser encarado como o crescimento espiritual que temos que ter, como a comemoração do nascimento de um Homem que modificou toda a história da humanidade". Após, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Carlos Alberto Fortuna, Vereador da Bancada do PFL de Sapucaia do Sul. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elói Guimarães, tecendo comentários acerca das modificações efetuadas pelo Governo Estadual junto à Auto-Estrada Porto Alegre-Osório, destacou existirem problemas de segurança nessa via pública, exemplificando com o espaço destinado ao acostamento, o qual, segundo Sua Excelência, não possui o tamanho necessário para comportar um veículo automotivo. O Vereador Reginaldo Pujol analisou a importância do recesso parlamentar como momento de reflexão e de contato pessoal do Vereador com a comunidade que representa. Ainda, referiu-se ao pronunciamento do Vereador Adeli Sell, acerca de projeto de sua autoria, que visa disciplinar a venda de tinta "spray" na Cidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Reginaldo Pujol deu continuidade ao seu pronunciamento em Comunicações, referente ao Projeto de Lei do Legislativo nº 66/97, e, desejando a todos felicidades no Natal e no Ano Novo que se aproxima, classificou como produtiva a atuação deste Legislativo durante o corrente ano. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença da Senhora Neli Teixeira Madri, convidando-a a integrar a Mesa dos trabalhos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Eliseu Sabino apoiou manifestações <D>hoje efetuadas na Casa, favoráveis ao Projeto de Lei do Legislativo nº 66/97, de autoria do Vereador Reginaldo Pujol, defendendo a inclusão deste Projeto para apreciação em caso de convocação extraordinária desta Câmara Municipal. Também, registrou sua satisfação pela convivência mantida com os Senhores Vereadores durante o corrente ano. A Vereadora Anamaria Negroni declarou seu apoio ao Projeto de Lei do Legislativo nº 66/97, de autoria do Vereador Reginaldo Pujol; teceu considerações acerca de projetos de lei de sua autoria, relativos à urbanização da orla do rio Guaíba; defendeu a criação de uma Secretaria de Turismo <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>em Porto Alegre e, finalizando, desejou a todos Feliz Natal. Às treze horas e dois minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Reginaldo Pujol, Paulo Brum e Carlos Garcia e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum, Carlos Garcia e Adeli Sell, este como Secretário "ad hoc". Do que eu, Paulo Brum, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. João Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a leitura dos jornais de hoje me deixa um tanto quanto preocupado. O Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre, que viaja um dia a cada três para fora do Município, ainda pensa em encaminhar a esta Casa proposta para aumentar o IPTU acima da inflação. Eu tenho absoluta convicção, Sr. Presidente, que é um desrespeito para os Vereadores que integram este Plenário, é um desrespeito para a Casa do Povo.

O Prefeito encaminhou um projeto propondo aumento do IPTU em 9% para prédios residenciais, em 14% para prédios não exclusivamente residenciais, o que vale dizer que qualquer indústria, qualquer comércio, o céu era o limite para o aumento, e retirou o projeto. A sua bancada tentou colocar, num PL que tramita nesta Casa desde agosto, um substitutivo - um substitutivo do Ver. Hélio Corbellini - em que os valores de acréscimo acima da inflação ficavam entre 5% e 10% e era um pouco mais bem redigido do que aquele projeto malfeito pelo Executivo - e acho até que feito para mal; tentou que a Casa aprovasse aquele projeto. De oito a 10 vezes ele esteve na Ordem do Dia sob a égide do art. 81 e, desrespeitosamente, foi retirado. Na segunda-feira passada, o exagero foi ao máximo. Obrigaram a decisão da CCJ. Apelaram para que este Vereador não usasse as 24 horas a que tinha direito a vistas, e o Ver. João Dib, uma hora depois de pedir vistas, devolveu o projeto, com o seu ponto de vista, sua Declaração de Voto.

O que fez a Bancada do PT? Mais uma vez retirou o art. 81, que forçava a votação sem parecer. Na hora eu pedia que, já que não estava sob a égide do art. 81, o substitutivo do Ver. Corbellini passasse pelas Comissões para uma análise. Isso seria a partir de 15 de fevereiro.

Não acredito que a Casa aceite Convocação Extraordinária para pensar em IPTU! Não acredito que a Bancada do PT pretenda a Casa convocada para pensar em acréscimo do IPTU acima da inflação. Até acho que estou equivocado, que li mal nos jornais, que o Prefeito não está pensando nisso. Mas quando leio os jornais e leio o que diz o Prefeito, fico todo atrapalhado.

Já aprovamos aqui o Orçamento, que o Sr. Arno Hugo Augustin dizia que era de 566 milhões de reais, e eu disse que era de 826, porque tem que colocar 266 milhões do SUS, que, segundo o Tribunal de Contas, constitui despesa e receita corrente.

Ontem, o Prefeito, na prestação de contas - que acho que deveria ser feita nesta Casa e não no Palácio Municipal -, ele disse que o Orçamento da Prefeitura é de 750 milhões de reais. Quem mente? Mentir é falar contra o que se pensa para enganar. É 750, é 856 ou é 820? Essa é a pergunta que fica para o Prefeito, que viaja um em cada três dias, responder aos Vereadores que representam o povo de Porto Alegre e têm obrigação de informar bem. Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o art. 79 do Regimento fala da composição da Comissão Representativa da Câmara.

Integram a Comissão Representativa a Mesa e os Vereadores que a integram, resguardada a proporcionalidade das representações partidárias. Então, Sr. Presidente, os seis integrantes da Mesa fazem, automaticamente, parte dela que, ao total, soma 17 integrantes. Portanto, são 11 vagas que sobram para que sejam preenchidas pelos Vereadores, respeitando a proporcionalidade regimental. Dessas 11 vagas, seis são preenchidas pelo Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Vereador, V. Exa. está formulando uma Questão de Ordem à Mesa Diretora extremamente séria e do maior rigor metodológico e científico. A Mesa vai buscar uma solução. Vai buscar responder tão inteligentemente quanto foi a indagação de V. Exa.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, se nós mantivermos a proporcionalidade observada pela Bancada do Partido dos Trabalhadores, teremos um percentual de 43,42% com a representatividade de 4,46% na Comissão Representativa, isso considerando que, nesta proporcionalidade, o Ver. Hélio Corbellini continuasse no PT. Eu ainda indagaria de V. Exa. se o PPS, mesmo sendo suplência, mas constituindo uma bancada na Casa, que é o Ver. Lauro Hagemann, não está integrando a Comissão Representativa.

 

O SR. PRESIDENTE: Perfeitamente, Vereador, pois esta é uma outra questão relevante: todo partido que tem assento na Casa tem, necessariamente, representação na Comissão Representativa. Há, de outra parte, a peculiaridade da condição do representante do PPS estar no exercício pleno do mandato, embora seja suplente, não tenha a investidura da titularidade plena do mandato. Neste momento, estamos solicitando à Diretoria Legislativa que convoque a Procuradoria da Casa a fim de podermos responder o questionamento formulado por V. Exa., que acreditamos tenha uma natureza relevante para a representação partidária, notadamente no questionamento feito em relação à Comissão Representativa da Casa. Solicito à Diretoria Legislativa que convoque imediatamente a Procuradoria da Casa para assessorar esta Presidência na resposta à Questão de Ordem formulada pelo Ver. Fernando Záchia.

Ver. Adeli Sell, V. Exa. está com a palavra em tempo regimental de Liderança que usa pelo Partido dos Trabalhadores, por cedência do seu Líder, Ver. Gerson Almeida.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não discuti a questão levantada pelo nobre Ver. Fernando Záchia com a minha bancada. No entanto, sempre tivemos como pressuposto respeitar a proporcionalidade. Quer nesta Casa ou em qualquer instituição, sempre defendemos esta questão a respeito da administração da Mesa - portanto, da Casa. De nossa parte, não haverá nenhum problema de qualquer modificação que venha a corrigir um possível erro.

Gostaria de usar este tempo para responder algumas questões levantadas pelo nobre Ver. João Dib.

Ontem ouvi o Vereador atentamente, numa emissora de rádio, levantando uma série de questionamentos acerca do comportamento municipal e da Bancada do Partido dos Trabalhadores.

Este ano legislativo termina no dia 31 de dezembro, como muito bem sabe o meu nobre colega João Dib. Portanto, temos, de segunda-feira até o dia 31, possibilidade de, a qualquer momento, nos autoconvocarmos ou sermos convocados para uma Sessão Extraordinária por parte do Governo Municipal. Não vejo, em absoluto, nenhum problema de discutir qualquer questão relevante à Cidade de Porto Alegre. Estamos muito preocupados com as realizações e obras para a nossa Cidade no próximo ano. Queremos dar continuidade às demandas da Cidade, que espera muito da Administração Municipal. A Cidade quer mais do que 20 Km de pavimentação comunitária; quer muito mais redes de esgotos, redes pluviais, porque há uma necessidade que se impõe a cada dia numa cidade como Porto Alegre. Indubitavelmente, há uma exigência para o desenvolvimento econômico e social de nossa Cidade: que possamos discutir, por exemplo, a questão do turismo.

Iniciamos um bom debate este ano, mas não o concluímos ainda de forma positiva. Neste sentido, Ver. João Dib, não há nenhum problema para que possamos discutir o Projeto de Lei ao qual V. Exa. se referiu anteriormente, sobre a tributação em nosso Município, incluindo o Imposto Predial e Territorial Urbano. Segundo a Comissão de Constituição e Justiça, estamos agindo corretamente, lisamente, dentro da legislação em vigor. Não sou eu que digo, não é o PT que diz, é a Comissão de Constituição e Justiça desta Casa que diz que é possível que possamos discutir a questão em pauta. Se ela saiu da pauta pela retirada do art. 81, não há nenhum impedimento no Regimento Interno desta Casa para que possamos voltar a pedir o art. 81.

V. Exa. se queixa de que haveria um jogo do Partido dos Trabalhadores para conseguir a maioria necessária para a aprovação do Projeto de Lei. Qual o problema? Não existe nenhum problema legal. Não existe nenhum problema regimental em tudo que estamos fazendo neste momento e que realizamos até agora. Queremos dizer com toda tranqüilidade que, se for necessário, não teremos nenhum problema em fazer reunião extraordinária, antes ou depois do Natal, até porque aqui, neste Parlamento, os Vereadores não recebem por sessões extraordinárias, não recebem verbas de gabinete polpudas, como recebem em algumas outras Câmaras. Aqui recebemos para legislar em favor da Cidade e fazer com que os que têm mais paguem mais e os que têm menos paguem menos, o que vai na linha e na trilha que nós temos desenvolvido durante nove anos. E o povo tem-nos apoiado, até porque a inadimplência do IPTU é mínima na nossa Cidade, comparada com qualquer outro governo. Portanto, a Cidade aprova aquilo que nós estamos propondo e que queremos realizar no ano que vem. Lastimo que não tivemos condições, até o dia 15 de dezembro, de fazê-lo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

A Mesa registra, com satisfação, a presença do Presidente da Associação dos Fiscais do Município, Sr. Mauro Garcia, e o convida para ingressar no Plenário desta Casa.

Em votação Requerimento 301/97, do Ver. Adeli Sell, que requer uma Moção de Solidariedade à Brigada Militar e aos soldados Eduardo, Rodrigues e Lamberty, pela forma desairosa com que foram tratados pelo Deputado Federal Paulo Ritzel.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o meu Requerimento é uma Moção de Solidariedade com a Brigada Militar e com os soldados Eduardo, Rodrigues e Lamberty pela forma desairosa que foram tratados pelo Deputado Federal Paulo Ritzel. Não estou aqui repudiando ninguém - isto a população deve ter feito ao ler as matérias dos jornais por vários dias depois deste triste e lamentável episódio.

Os homens públicos, os cidadãos comuns, os pobres e os ricos, pessoas que exercem funções em cargos públicos ou não, devem ser tratados de forma igual na sociedade. É isso o que diz a Constituição Federal.

Em uma estrada, seja uma via pública estadual ou federal, ou no interior, os cidadãos têm os mesmos deveres e os mesmos direitos. Ao pararem um carro em alta velocidade, mal dirigido ou sem condições de trafegabilidade, não importa qual o cidadão que esteja ao volante, se o Governador do Estado ou um simples cidadão anônimo, os policiais militares honestos, ciosos da sua função de servidores públicos, devem tratar todas as pessoas com igualdade, com isonomia. Não é possível, no final deste século, aceitar-se carteiraço, seja de quem for.

Os soldados foram criticados por alguns - inclusive por outros parlamentares, além do Deputado Ritzel -, chamados de prepotentes, porque teriam gravado a conversa. Onde, em que lugar da Constituição ou da legislação brasileira, existe algo que diga que eles não poderiam ter feito o que fizeram? Eu diria mais: no mundo de hoje, gravar, em uma fita cassete ou em câmara de televisão, é correto, é justo, diria até que é necessário, é imperioso, para que não prevaleça a palavra de alguém que tenha um posto na sociedade em detrimento de um cidadão comum ou de um servidor público, como é o caso dos soldados da Brigada Militar.

Eu me senti atingido pelos impropérios do Dep. Ritzel, porque ele é um parlamentar. Ele é que deveria preservar a tranqüilidade, o bom senso, conversar e deveria, inclusive, ter elogiado esses valorosos soldados, com baixíssimos salários, cumpridores do seu dever. Ele deveria ter reconhecido o erro que cometeu. Ele é que estava errado - portanto, deveria ter reconhecido.

Não posso aceitar, de maneira alguma, que aquilo que aconteceu tenha, inclusive, o suporte de algumas pessoas a favor daquele que errou. Todos nós deveríamos votar uma solidariedade à gloriosa Brigada Militar, aos seus 160 anos de atividade em defesa do Rio Grande do Sul e aos seus três soldados que agiram corretamente. Eu me solidarizo com eles. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o Requerimento 301/97.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, evidentemente que, toda vez que formos convocados para aplaudir a ação da Brigada Militar no cumprimento do seu dever, nós haveremos de responder “presente”. Nem poderia ser diferente. Imaginem se nós fôssemos repreender a Brigada por ela cumprir com as suas obrigações!

De qualquer sorte, o assunto, pelo que envolve, tem algumas sutilezas e peculiaridades que têm que estar devidamente sopesadas nesta hora. Eu aprendi, como advogado - e o Ver. Isaac Ainhorn haverá de me compreender -, que, quando as coisas são tão flagrantes contra determinada pessoa, começa a surgir uma ponta de suspeição. E é tão enorme a carga que surge contra esse parlamentar, que não é do meu partido, o Dep. Ritzel, que eu fico a pensar se não está havendo um exagero nessa colocação.

O Ver. Luiz Braz, que é um homem atilado, um homem de imprensa, me referiu, ao que é juntado aos autos pelo Ver. Adeli Sell, a respeito do diálogo gravado entre o policial e o Deputado, que começa com a expressão “não complica”, produzida na primeira manifestação do Dep. Paulo Ritzel, no que, obviamente, não foi atendido, pois a coisa virou numa complicação enorme. Segue-se a expressão “calma aí, cidadão”, e vem a terceira manifestação, ou seja, a segunda do Ritzel, que diz “quero o nome do comandante de vocês” e “vou engrossar o caldo”.

Eu vejo, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nesses atritos verbais que existem entre pessoas, uma dificuldade muito grande de terceiros avaliarem, porque a palavra, sem o seu segundo componente, que é o gesto, a inflexão da voz e tudo o mais, muitas vezes pode não ter exatamente a conotação que possa transferir quando impressa e não quando proferida. Então, vejam todos os Srs. que eu estou, em princípio, me colocando como qualquer pessoa que é amante da justiça se colocaria naquela situação de favorecer e de possibilitar ao Dep. Paulo Ritzel, no mínimo, a possibilidade da dúvida.

Quero dizer, sinceramente, Sr. Presidente, que eu vivo aqui um drama muito significativo. É que, de um lado, eu tenho uma linha de conduta, já externada no início deste pronunciamento, segundo a qual não se negam aplausos à Brigada Militar quando ela cumpre com o seu dever. De outro lado, eu tenho um temor muito forte - e estou falando perante câmeras de televisão que levarão esta minha colocação muito além dos limites deste Plenário - de que exista, nesse episódio, um dimensionamento muito além do que poderia ter, e há o risco de que o Dep. Ritzel tenha razão quando alega, a seu favor, a pré-fabricação desse incidente.

A minha dúvida é: seguir a linha de aplaudir a Brigada quando ela atua - e o faz no cumprimento do seu dever - e, com isso, implicitamente, estar entrando no rol daqueles que condenam o Dep. Ritzel, ou, simplesmente, dar uma de Pilatos, “lavar as mãos”. Afinal de contas, essa solidariedade que o Ver. Adeli Sell está propondo não retira o incidente; muito pelo contrário, reforça-o, tanto que ele é sua sustentação.

Como eu não sou homem de “lavar as mãos”, vou, entre o meu pronunciamento e a hora do voto, procurar conciliar essas duas posições, praticamente inconciliáveis nesta hora, e, a partir delas, definir-me, como sempre faço. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini está com a palavra pelo PT, por cedência de tempo do Ver. Gerson Almeida, para encaminhar o Requerimento 301/97.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, esta Moção proposta pelo nobre e distinto Ver. Adeli Sell merece toda a nossa consideração e é, também, objeto de reflexão. De um lado, a solidariedade, o apoio que cabe, indubitavelmente, e, de outra parte, o caso provocado pelo Dep. Ritzel. Tanto um quanto outro merecem a nossa atenção.

O agente policial, no exercício da sua atividade, seja ela na rodovia ou na via urbana, o agente policial, obviamente, tem que ser respeitado, tem que ser acatado sob pena, caso contrário, de ingressarmos num estado de desordem, de desrespeito, de pleno desacato. Com isso não podemos concordar como cidadãos, como munícipes. Tratando-se de um desacato, de um desrespeito praticado por um Deputado, o “affaire”, o caso toma dimensões nacionais. Por quê? Porque estamos lidando com rodovia, e rodovia é acidente de trânsito, lamentavelmente. Na última semana morreram mais de 20 pessoas no tráfego rodoviário no Rio Grande do Sul. E o Deputado vai lá desmerecer, desconsiderar os operosos agentes da Brigada Militar, que lá estão cuidando da tranqüilidade, da ordem e da segurança pública. Isso é um desrespeito à cidadania, ao Estado, ao cidadão, a todos nós.

O grave erro dele até não é o crime do desacato; é o erro moral, o demérito moral de, sendo ele uma autoridade, como Deputado, cometer uma transgressão dessa ordem. Mas o comportamento desse Deputado, sob o ponto de vista moral, ainda fica mais agravado pelo fato de ele ser filho de um brigadiano, de alguém que se construiu na caserna brigadiana, desde soldado até coronel - o Cel. Ritzel. Vejam a gravidade do comportamento irresponsável desse Deputado, que colocou em maus lençóis o Congresso Nacional, que aprovou, há pouco tempo, um Código de Trânsito brasileiro com a expectativa de diminuir toda essa infortunística viária caracterizada por um morticínio extraordinário que ocorre no País, e, por outro lado, ele age dessa maneira, desautorizando, pisando sobre a autoridade dos agentes que lá estão trabalhando. Vejam quão lamentável foi o comportamento do Dep. Ritzel! Foi de uma irresponsabilidade inominável!

De outra parte, torno a enfatizar a oportunidade da Moção encaminhada pelo nobre Ver. Adeli Sell, para a qual peço o apoio e o respaldo de todos os Srs. Vereadores, porque essa Moção significa um ponto a ser colocado no sentido de garantirmos o exercício da autoridade de um modo geral, especialmente nas rodovias e no exercício do desempenho da função policial, para minorar, no que diz respeito à infortunística, o morticínio praticado nas rodovias e vias urbanas do País. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Garcia): O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar o Requerimento 301/97.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ao longo da minha vida pública, briguei algumas vezes, não muitas, mas sempre todos que foram a razão da minha briga, os meus opositores, eram mais fortes que eu. Nunca alguém que estivesse em nível hierárquico abaixo do meu ouviu uma palavra mais forte da minha parte. Agora, acima de mim muitos ouviram. Estou dizendo isso porque não aprovo as palavras usadas pelo Dep. Paulo Ritzel. Eu não aprovo o debate havido entre os dois - o policial militar e o Deputado Federal -, mas o País, sendo constituído de três poderes - Legislativo, Executivo, Judiciário -, e a questão estando no Judiciário, não cabe a nenhum Legislativo julgar. E é por isso que eu, daqui, quero mandar o meu abraço ao Comandante da Brigada Militar, que, entrevistado, dizia que não podia emitir opinião sobre um fato que estava sendo sindicado e, portanto, seria julgado.

Eu acho que não cabe a esta Câmara antecipar-se ao Judiciário, pois o Dr. Mathias Nagelstein já entrou com ação na Justiça em Novo Hamburgo, e a Brigada Militar já está abrindo sindicância. Eu acho que nós estamos muito acelerados. Saúde e paz.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar o Requerimento 301/97.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu acredito que o Ver. Adeli Sell traz para o nosso Plenário uma discussão que é necessária, só que eu acredito, Vereador, que V. Exa tenha invertido a Moção. Eu acho que, ao invés de uma Moção de Solidariedade aos policiais que estavam cumprindo com o seu dever - e quem cumpre com o dever não merece nenhum tipo de aplauso, pois está fazendo a sua obrigação -, V. Exa. deveria ter entrado com uma Moção de Repúdio ao Deputado, porque ele merece o repúdio da sociedade exatamente pelas colocações que fez e não desmentiu. Quais foram as colocações do Deputado? Ele disse uma frase que, eu acredito, deveria ser banida do dicionário dos políticos: ele disse que os policiais não poderiam parar deputados nas estradas.

Ora, nós, que somos políticos, que fazemos as leis, se não entendermos que as leis são feitas para nós e que são feitas para todos, a esta altura dos acontecimentos nós estaremos construindo uma sociedade onde vai existir uma casta superior intocável, como existe atualmente. Eu acredito que os políticos conscientes não podem defender que essa casta superior continue onde está. As leis são feitas para todos. As leis têm que atingir todas as pessoas, desde o Presidente da República até aquela pessoa de menor “status” dentro da sociedade. Se não abranger a todos, nós não estaremos em uma democracia. Aquilo que o Deputado fez merece, de nossa parte, repúdio, e nós votaríamos, Ver. Adeli Sell, uma Moção de Repúdio à conduta do Dep. Paulo Ritzel, porque a sua conduta merece o repúdio da sociedade.

Eu discordo de V. Exa. - vejo que faz um comentário com a sua Liderança - e digo que fico em Plenário e voto a Moção de Repúdio, se V. Exa. a colocar, mesmo que minha bancada não vote, porque sou contrário a tudo aquilo que o Deputado fez, independente de partidos políticos, como cidadão.

Não vou votar favorável à Moção de Solidariedade para com os patrulheiros porque eu acredito que eles estavam apenas cumprindo o seu dever. Acho que todos os patrulheiros, como todas as pessoas, devem cumprir com a sua obrigação e não merecem aplauso por isso. Neste Parlamento, enquanto estamos nesta função de Vereadores, nós não merecemos nenhum tipo de aplauso, porque estamos desempenhando a função para a qual fomos eleitos.

Nós, da Bancada do PTB, vamos nos abster de votar essa Moção de Solidariedade. Não votaremos contra. Vamos nos abster porque eu acredito que o ato merece é uma reprovação, tanto pelos palavrões que foram proferidos pelo Deputado, como em relação à sua postura, querendo colocar-se num patamar superior dentro da sociedade por ser Deputado. Ninguém tem que ser superior. As pessoas todas têm que ser tratadas com absoluta igualdade e, por isso, vamos nos abster e aguardar, se possível, uma próxima moção que poderá dar entrada neste Plenário, e eu permanecerei aqui para votar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para encaminhar pelo PMDB o Requerimento 301/97.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ouvi atentamente o Ver. Luiz Braz quando ele dizia da sua contrariedade a uma Moção de Solidariedade aos dois guardas que executavam a sua atividade. Se fosse uma Moção de Repúdio - dizia o Ver. Luiz Braz - à atitude do Dep. Paulo Ritzel, haveria a sua concordância. Parece-me, Ver. Luiz Braz, que sua linha de raciocínio é extremamente correta, partindo da premissa de que tudo o que vimos nos jornais e ouvimos na fita seja início e fim do processo.

O Ver. João Dib dizia que hoje existe um inquérito da própria Polícia Militar e também uma ação se desenvolve na Justiça, e hoje vimos nos jornais quando o motorista, assessor do Deputado, dizia que os policiais rodoviários por três vezes teriam sido ofensivos, agredido verbalmente o Deputado; posterior a isso, teriam acionado o seu gravador. Não estou aqui para discutir se isso é verdade ou não. Não compete à Câmara dos Vereadores, até porque ela não conhece os fatos, fazer julgamentos. Não podemos também concordar com aquilo que o Deputado disse aos policiais.

Penso que uma Moção de Solidariedade deveria ter sido solicitada quando um funcionário do Município, um motorista da Carris, foi ofendido pelo Presidente da Carris. Aí sim: um funcionário municipal, agressão verbal executada por um também funcionário do Município. Houve uma Comissão de Direitos Humanos muito bem presidida; a Vera. Maria do Rosário fez um relatório onde estranhava os motivos pelos quais a Carris não fez uma sindicância. Lá seria o correto haver uma sindicância para chegarmos a uma conclusão. Se essa sindicância comprovasse que o funcionário teria sido ofendido, esta Casa teria obrigação de solicitar uma Moção de Solidariedade ao funcionário pela agressão verbal que sofreu; também, uma Moção de Repúdio ao Presidente da Carris, que se utilizou da sua função de Presidente, ofendendo um funcionário que estava no exercício da sua atividade. A Comissão dos Direitos Humanos teve o cuidado de questionar a Carris sobre uma sindicância, dando o direito para que o empregador e o empregado pudessem ser ouvidos e que não ficássemos somente com a versão do Presidente da Carris. Parece-me claro que a função do Vereador, por se tratar de coisas de Porto Alegre, de um funcionário municipal e de uma empresa do Município... Os Vereadores de Porto Alegre teriam de ter o cuidado, Ver. Elói Guimarães, de solicitar, quem sabe, uma Moção de Solidariedade. Tivemos, nessa Comissão, o cuidado de fazer com que a Cia. Carris fizesse uma sindicância para que pudesse ter uma posição oficial, porque esse funcionário da Carris foi na Delegacia de Polícia, registrou a ocorrência e procurou a Câmara Municipal para que essa Comissão pudesse protegê-lo.

Voltando ao caso do Dep. Paulo Ritzel, se existe uma sindicância na Brigada Militar, se existe um processo andando na Justiça Civil, nada mais justo que, com o resultado dessa sindicância da Brigada Militar e o resultado desse processo da Justiça Civil, nós possamos nos manifestar, não para uma Moção de Solidariedade aos funcionários que estavam na sua atividade e que não fizeram absolutamente nada de errado, mas uma Moção de Repúdio ao Deputado, que teria faltado com a educação e teria sido agressivo com esses funcionários. Muito obrigado.

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar o Requerimento 301/97.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, uma das conquistas fundamentais do homem e que diz com o estado de direito e democracia é exatamente o direito ao processo, o direito de ser acusado, produzir a defesa e, finalmente, termos uma sentença.

Diante desse princípio basilar do estado de direito, quero, com essa noção e concepção ideológica, trazer argumentos contrários à Moção formulada pelo Ver. Adeli Sell.

Ainda se desenrola no campo da investigação, da sindicância e, posteriormente, no do inquérito, e ainda mais, no campo do processo, a definição de quem cabe o direito, quem infringiu a lei e os costumes. Mas isso não existe. O que existe e o que se sabe são notícias, debates e informações veiculadas pelos jornais. A Câmara de Porto Alegre frisava que, a partir da cobertura do Canal 16, ganhava a comunicação com a sociedade de um modo geral. Até dizia, pelo entusiasmo que sentia, que vai se contar a história da Câmara até a cobertura pela TV Câmara depois da cobertura, tal a importância que a Câmara Municipal ganhou, porque hoje estamos sendo assistidos por muitas pessoas. Não há lugar aonde eu chegue que as pessoas não falem. As pessoas assistem à televisão, assistem a política e debates. Além da nossa função institucional de produzir aqui, nos limites da nossa competência, as matérias que vão regular as relações da Cidade e seus programas, hoje estamos em contato direto com a população, expedindo juízos e fazendo manifestações que passam a ser avaliadas e passam, até certo ponto, a constituir opinião. Estamos assistindo com as TV's a cabo a democratização da informação. Passamos a levar o debate, na sua expressão natural, às pessoas, às comunidades.

Essa é a minha colocação. Não é o momento da Moção. Essa Moção poderá, efetivamente, ter total e absoluto sentido. Agora ainda não, porque precisamos ter todas as informações para se fazer um juízo de justiça. Nós, aqui na Câmara, temos que tomar decisões de justiça. Não importa que o Deputado não é do meu partido - não está em jogo esta questão -, seja qual for o Deputado. Agora, nós não temos elementos convincentes para tomar uma decisão, porque, na medida em que nós nos solidarizamos com a corporação, com os brigadianos, não cabe examinarmos o fato, sob pena de prejulgarmos e prejulgarmos com uma informação muito grande à opinião pública. Ainda não chegou o momento. Não há elementos seguros, serenos, para que possamos fazer o juízo.

Então, parece-me que é intempestiva a iniciativa do Ver. Adeli Sell, que poderá ter sentido quando se concluírem todas as informações. Comprovado que efetivamente o Sr. Deputado cometeu estes atos, nós estaremos aqui para aprovar a Moção. Por enquanto, não é o momento adequado para tanto. Nesse sentido, eu encaminho contrariamente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação Requerimento de autoria do Ver. Adeli Sell que requer Moção de Solidariedade à Brigada Militar e aos soldados Eduardo, Rodrigues e Lamberty pela forma desairosa com que foram tratados pelo Deputado Federal Paulo Ritzel.

A votação será nominal por solicitação do Ver. Fernando Záchia. (Após a chamada.) APROVADA a Moção de Solidariedade por 05 votos SIM, 02 votos NÃO, 01 ABSTENÇÃO.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu gostaria de me manifestar, mas tanto a Vera. Tereza Franco quanto este Vereador somos suplentes na Representativa atual. Então, por isso, não fomos chamados.

 

O SR. PRESIDENTE: Com certeza, na próxima Sessão Legislativa V. Exa. será titular na sua plenitude, na mais alta investidura. Para o Vereador suplente da Comissão Representativa se investir na titularidade, deve se dar a licença do Vereador Titular da Comissão. Aí, sim, assume o Vereador suplente, porque na Comissão Representativa não assume Vereador suplente, mas sim o Vereador suplente da Comissão, na Comissão Representativa

O Sr. Luiz Braz está com a palavra para uma Questão de Ordem.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, baseado neste resultado, invoco um cálculo que foi trazido pelo Ver. Záchia com relação à Representativa.

De acordo com o Ver. Záchia, e acho que ele está absolutamente correto, os partidos estão representados de maneira injusta e ilegal na Representativa. A bancada petista está com oito representantes e não tem a proporcionalidade exata tal qual a eleição lhe deu direito dentro do Plenário da Câmara de Vereadores. Portanto, ratifico uma Questão de Ordem que fiz no ano passado, pedindo para que a Representativa possa ser novamente quantificada para o próximo ano.

 

O SR. PRESIDENTE: Perfeitamente, Ver. Luiz Braz, e é dentro dessa linha de questionamento que há pouco se manifestou o nobre Ver. Fernando Záchia e este Vereador, no exercício da Presidência dos trabalhos, imediatamente mandou que seja ouvida a Procuradoria da Casa com base nas notas taquigráficas constantes do posicionamento manifestado pelo Ver. Luiz Fernando Záchia.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento 298/97, de autoria da Vera Maria do Rosário, que requer sejam oficiados os jornais que publicaram “Chapéu Alheio” sem a apresentação do responsável.

 

O SR. PRESIDENTE: Esta Presidência coloca à disposição dos Srs. Vereadores o texto completo do Requerimento de autoria da Vera. Maria do Rosário, bem como o informe publicitário constante no Jornal Correio do Povo em que consta que saiu transcrito do editorial do Jornal do Brasil.

Em votação. A Vera. Maria do Rosário está com a palavra, como autora do Requerimento.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, apenas estou solicitando que a Câmara Municipal oficie aos jornais Correio do Povo, Zero Hora e Jornal do Comércio, que publicaram nesta semana, e eu havia feito requerimento verbal e foi solicitado pelo Sr. Presidente que oficiasse, que fosse por escrito, no sentido de sabermos os autores desses informes publicitários, tidos como informes publicitários, que são publicados em quase página inteira dos nossos jornais de Porto Alegre, acerca do pagamento de taxas para estacionamento nos “shopping centers”. Ocorre que este, em especial - este foi o primeiro, mas já existem vários outros - , trabalha com a realidade do Rio de Janeiro onde lei foi aprovada, lei semelhante à que tramita nesta Casa de nossa autoria, e diz assim: “Transcrito do editorial do Jornal do Brasil de edição de 4/12/97”. No entanto, Ver. Luiz Braz, acima da matéria, de todas essas matérias, o jornal não se responsabiliza, estabelecendo que é informe publicitário.

Eu gostaria de saber a quem me dirijo sobre o conteúdo desse informe publicitário, porque inclusive a nossa Lei de Imprensa determina que não existe matéria publicitária sem que o autor se apresente, nesse sentido aqui não se apresentando o autor, de quem poderei cobrar uma frase que, deslocada da sua realidade, refere-se de forma injuriosa aos Vereadores do Rio de Janeiro, mas publicada em jornais de circulação do nosso Estado parece, num determinado momento, referir-se a nós. E vejam os Srs. a gravidade da frase aqui estabelecida, e certamente esta é matéria paga nos jornais, transcrita do editorial do Jornal do Brasil: “Só a ignorância, a demagogia e o desejo de aparecer justificam a teimosia; fora disso, só a suspeita de que os Vereadores desejam agrados dos empresários explicaria”.

Ora, é impossível que isso seja colocado em jornais em circulação no nosso Estado, numa referência absurda a uma legislação do Rio de Janeiro. Mas a Lei de Imprensa faculta essa possibilidade em todo o Brasil, ou seja, de termos a liberdade de expressar as nossas opiniões. Pois que expressem, mas que, se falsas essas posições, elas possam ser acionadas nos termos da lei, porque aqui não se trata do editorial do Jornal do Brasil que é assinado pelo Jornal do Brasil. Quando publicada nos nossos jornais, é matéria paga, e eu tenho o direito, como cidadã, de saber quem paga essa matéria, quem faz com que um editorial que se reporta ao Rio de Janeiro seja transcrito como apedido ou como informe publicitário e, no entanto, não seja pago.

Quero que a Câmara oficie para que saibamos, para que seja público, já que é publicitário, quem está pagando a transcrição dos editoriais do Jornal do Brasil em jornais de grande circulação no Rio Grande do Sul, trazendo de lá para cá um enfoque que, aos olhos da nossa população, poderá confundir.

Tenho um enorme respeito pelo veículo que é o Correio do Povo, que tem dado tanta contribuição à nossa comunidade, à nossa população, e que nós saudamos todos os dias, mas acredito que, para o cumprimento da lei, como cidadã, de um modo particular, e como Vereadora, tenho o direito de saber quem paga essas matérias, matérias apócrifas.

Aqui não é a matéria do Jornal do Brasil. A do Jornal do Brasil foi lá no Jornal do Brasil. Aqui está sob o título Informe Publicitário.

Se uma loja, uma empresa ou um particular faz uma publicidade, quem quer que seja, é obrigado a colocar seu nome textualmente, pois, se trouxer prejuízo a outro, esse outro deverá ter a possibilidade de saber a quem poderá acionar.

Eu considero, como autora da lei para Porto Alegre - que não está em discussão, não está sendo votada, mas que considero justo que tenha sido apresentada como prerrogativa de Vereadora desta Cidade, uma proposta de legislação que veda a possibilidade de cobrança nos estacionamentos dos “shopping” na medida em que acredito que essa já é cobrada no valor dos produtos -, que estou no exercício do meu mandato.

Estou sendo atacada aqui e não sei por quem. Portanto, o nosso livre direito e o conhecimento público devem ser dados. Que publiquem as matérias pela liberdade de expressão, mas que digam quem está publicando as matérias. É o meu pedido como Vereadora. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz encaminha pela Bancada do PTB o Requerimento 298/97.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Requerimento da Vera. Maria do Rosário requer que seja oficiado a todos os jornais onde foi publicado o informe publicitário “Chapéu Alheio” quanto à apresentação da firma do responsável pela referida publicação.

Ora, a responsabilidade da matéria que foi reproduzida nos jornais da Cidade é exatamente do Jornal do Brasil, porque a reprodução é de um editorial do Jornal do Brasil. Não existe aqui, Vera. Maria do Rosário, nenhuma linha a mais que tenha sido acrescentada, que tenha sido somada a esse editorial. A matéria apenas diz que é um informe publicitário e reproduz “ipsis litteris” os termos que foram colocados no Jornal do Brasil.

Se V. Exa. sentiu-se atingida pela matéria que foi publicada, V.Exa. tem todo o direito de acionar aquele que é responsável por ela, porque os jornais são responsáveis pela linha do seu editorial. Todos os editoriais que saem em qualquer jornal do País têm a responsabilidade de quem o publicou, do proprietário do jornal, ou aquele que é responsável por ele. Agora, depois que esse editorial foi publicado por uma determinada empresa, como é o caso do Jornal do Brasil, qualquer outro jornal do mundo que quiser publicar a matéria, fazendo referência sobre o que está reproduzindo - apenas um termo publicado no Jornal do Brasil -, pode fazê-lo sem nenhum tipo de responsabilidade.

O Ver. Fernando Záchia levantou um fato que serve de exemplo. Por exemplo, Vera. Maria do Rosário, se o Jornal do Brasil escrevesse que um determinado Vereador é ladrão e o jornal Zero Hora dissesse que o determinado Vereador é ladrão de acordo com aquilo que foi dito no Jornal do Brasil, a responsabilidade é do Jornal do Brasil e não do jornal Zero Hora, que está apenas reproduzindo uma matéria que teve origem no Rio de Janeiro. Então, qualquer ação tem que, na verdade, ser intentada contra aquele que foi a origem do fato, que foi, exatamente, o editorialista do Jornal do Brasil. Há responsável? Sim. É apócrifo? Não é apócrifo, tem uma assinatura; é editorial do Jornal do Brasil. Pode ser reproduzido? Pode, desde que cite a fonte. Foi citada a fonte? A fonte está aqui: é editorial do Jornal do Brasil. Então, está obedecendo absolutamente à ordem.

O que a Vera. Maria do Rosário quer pode conseguir telefonando para o próprio jornal. Aí é o problema da empresa com o seu grupo de patrocinadores. Quem é que patrocinou para que este texto fosse reproduzido? O jornal não tem por que esconder isso. Agora, a responsabilidade sobre o que está escrito é uma responsabilidade única e exclusiva do Jornal do Brasil, que, tenho certeza, não foi escrito contra a Vera. Maria do Rosário, porque a situação no Rio de Janeiro pode ser uma e aqui em Porto Alegre pode ser outra. Aliás, não conheço o texto. Estou falando dentro de uma linha jurídica que pode ser estabelecida com referência ao responsável, a uma responsabilidade civil que existe, e no caso, aqui, o responsável é o editorialista do jornal do Rio de Janeiro, que tem circulação nacional, mas cujo texto foi reproduzido aqui, nos jornais de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Garcia): Encaminha o Ver. Isaac Ainhorn o Requerimento 298/97.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Vera. Maria do Rosário requer, através de um pedido dirigido à Mesa Diretora desta Casa, seja oficiado a todos os jornais onde foi publicado o informe publicitário “Chapéu Alheio” a apresentação da firma do responsável pela referida publicação. Trata o referido informe publicitário sob o título “Chapéu Alheio” da questão que envolve a cobrança nos estacionamentos dos “shopping”, se é legal, e diz também que a matéria já teria sido julgada no Supremo Tribunal Federal, a mais alta Corte do País.

O editorial transcrito nos jornais diários de Porto Alegre é, rigorosamente, a transcrição de um editorial do Jornal do Brasil, edição de 04 de dezembro de 1997. O que me preocupa é esta Casa cair numa situação de descrédito quanto aos encaminhamentos jurídicos que sobre ela, uma instituição bicentenária, podem incidir. Vejam V. Exas. que a Vereadora quer que os jornais informem à Câmara Municipal. Eu me indago se a Câmara Municipal tem esta prerrogativa de pedir a uma empresa privada que informe sobre assuntos que são de intimidade da empresa. Ela pode assim julgar os seus livros, seus papéis, seus documentos, até resguardados por todo um conjunto de leis que asseguram a ela o sigilo das informações. Então, de repente, a Câmara Municipal, aprovando uma Moção como a que pede a Vera. Maria do Rosário, pede a um jornal essas informações. E nós vamos recebê-las?

Eu acredito que a Vera. Maria do Rosário poder-se-ia dirigir à empresa, se a empresa jornalística se dispusesse a dizer quem solicitou a transcrição do referido editorial. Agora, a Câmara Municipal, como instituição, não pode, a meu juízo, se colocar numa situação de pedir, oficialmente, informações dessa natureza, diferentemente de quando se instala através de Comissão Parlamentar de Inquérito. Daí - nos prelecionava o douto Adauto Lúcio Cardoso em obras sobre as CPIs - os Legislativos passam a se revestir de funções jurisdicionais; daí, sim, podem abrir livros, papéis, documentos, contas de pessoas físicas e jurídicas. Nós só temos a prerrogativa de pedir informações para o Poder Executivo Municipal. Este tem a obrigação legal de nos informar. E mais: consoante art. 12 da Constituição Estadual do Rio Grande do Sul, nós podemos ter informações do Governo do Estado sobre o que diz respeito aos interesses da Cidade de Porto Alegre.

Com todo o respeito que merece a Vera. Maria do Rosário, inclusive na sua idéia de vedar a cobrança do pagamento de estacionamentos de “shopping”, juridicamente não assiste a esta Casa buscar esse tipo de informações. Portanto, eu até tenho minhas dúvidas em relação à própria possibilidade de tramitação desse Requerimento na forma solicitada.

Esta é a nossa posição, a despeito da contrariedade manifesta da Vera. Maria do Rosário, que chega a ponto de cobrar, do Secretário desta Casa e no exercício da Presidência, tempo deste Vereador que apenas se esforçava em concluir seu raciocínio. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): A Vera. Maria do Rosário está com a palavra para encaminhar o Requerimento 298/97.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta é mesmo uma Casa democrática e nós temos a possibilidade de fazer os encaminhamentos pelos mandatos populares que nos trouxeram até aqui. Não é uma deferência, mas uma obrigação se passar a palavra.

Quero, Srs. Vereadores, referir que há um projeto tramitando nesta Casa que, de fato, estabelece a proibição de qualquer cobrança adicional nos “shopping’ e supermercados da nossa Cidade, especialmente quanto a estacionamentos.

No início deste ano, tivemos um movimento muito grande de um grande “shopping” de nossa Cidade tentando cobrar estacionamento. Alguns poderão achar que esta questão é menor, mas para os consumidores, para aqueles que já pagam tantas e tantas taxas, a abertura da possibilidade de cobrança de estacionamento fere radicalmente o Plano Diretor de Desenvolvimento desta Cidade na medida em que nesse Plano é determinado um percentual de vagas de automóveis que deverão estar à disposição da comunidade, ou seja, para todos aqueles que se dirigem aos “shopping centers”, na medida proporcional ao conjunto de pessoas que lá pode ser recebido. Isso é importante, porque consideramos que, por exemplo, se o Shopping Praia de Belas vier a cobrar estacionamento, todo o entorno, o Bairro Menino Deus, a Av. Praia de Belas, a Av. Borges de Medeiros, poderá ser prejudicado pelo grande número de carros nas ruas. Inclusive os moradores terão a frente das suas casas transformados em estacionamentos. Não é coerente com aqueles que querem maior segurança. Os empreendimentos tipo “shopping” não têm estacionamento só por benesse, mas têm pela obrigação que a lei, hoje, determina.

É no sentido da manutenção da legislação, para manter o bem-estar do desenvolvimento urbano, que apresentamos uma complementação, e o Ver. Antônio Losada fez uma emenda, em outro projeto que tramita nesta Casa, garantindo que as universidades e escolas de modo geral tenham também vagas nos estacionamentos para que se acabem com fatos como os que ocorrem na frente da PUC e nas escolas, quanto à sobrecarga de carros nas vias públicas, onerando a população.

Esse é o projeto. Vejam os Srs.: o projeto não está em votação, não está em discussão. O que está impedindo, hoje, que esses estabelecimentos que querem sobretaxar o consumidor cobrem as taxas, é a determinação da Prefeitura Municipal para o cumprimento do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano. O Shopping Praia de Belas, assim como todos os outros, quando se instalaram, já sabiam da legislação existente em Porto Alegre e que deveriam fornecer gratuitamente vagas nos estacionamentos.

Srs. Vereadores, o nosso projeto não está em votação, mas, por caminhos tortuosos, em Porto Alegre vemos circulando grandes jornais com páginas inteiras atacando os Vereadores. É verdade. Como disse o Ver. Luiz Braz, trata-se de editoriais transcritos do Jornal do Brasil. Os Vereadores do Rio de Janeiro já vivenciaram essa polêmica no passado, na sua relação com os “shopping centers”. Trata-se de editoriais sob a responsabilidade do Jornal do Brasil. Mas alguém paga para que esses editoriais sejam transcritos nos jornais de Porto Alegre, da Grande Porto Alegre e nos jornais do Estado do Rio Grande do Sul. Isso, absolutamente, fere a Lei de Imprensa. Fere, porque é dado a todos conhecerem a firma dos responsáveis que fazem publicar nos jornais, na televisão e no rádio determinado conteúdo, determinada posição.

Eu sou favorável, e não poderia ser diferente, a que alguém que tem recursos, que tem muito dinheiro pague, em Porto Alegre, a transcrição dos editoriais do Jornal do Brasil, que gaste o dinheiro pagando a transcrição no Correio do Povo, na Zero Hora, no Jornal do Comércio. A liberdade de imprensa, para quem pode pagar, está colocada. Mas eu quero saber quem é o responsável, quem paga a conta.

Eu acho que isso não é um problema pessoal da Vera. Maria do Rosário ou do Ver. Antônio Losada, que emendou o projeto, porque os editoriais aqui, que são pagos para serem transcritos nos nossos jornais, ofendem os Vereadores porque dizem que os Vereadores estão sendo pagos. É isso o que está escrito. Se acham que é problema pessoal, eu acho que não é. Estou chamando a Casa a que apóie esse pedido de informação, que é legítimo. Se não for aprovado, vou pedir individualmente, como Vereadora. Mas espero que nós tenhamos a seriedade, a (...) de, pelo menos, reivindicarmos aos nossos órgãos de imprensa que nos digam quem paga a conta desses informes publicitários apócrifos.

Agradeço à Mesa pela tolerância quanto aos meus últimos minutos e pela democracia com que tratou esta Vereadora na tribuna. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Anamaria Negroni está com a palavra para encaminhar o Requerimento 298/97.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu gostaria de manifestar aqui a minha indignação com relação ao termo (...) que a Vera. Maria do Rosário usou aqui na tribuna, já que, numa oportunidade, quando usei um termo semelhante, por força de expressão, eu fui tão maldosamente reprimida por esta Vereadora. Então, procuro deixar o meu registro aqui também. Não farei como a Vereadora, no sentido de mandar com que a Comissão de Justiça analise o termo (...).

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Requerimento): Sr. Presidente, simplesmente, eu quero retirar o termo (...), em que pese ele deva existir para uma boa parte desta Casa, mas, até pela fala da Vereadora e porque ela não retirou naquela ocasião, faço questão de retirá-lo, porém considero que ele é muito importante para boa parte desta Casa, e que nós, mulheres, temos a coerência de que, enfim, podemos trabalhar num nível mais elevado.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa, através desta Presidência, tendo em vista o Requerimento formulado pela Vera. Maria do Rosário, retira e solicita à Taquigrafia que faça as competentes anotações da retirada da expressão dos Anais desta Casa.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Muito grata, Sr. Presidente. Muito grata também à Vera. Maria do Rosário por ter retirado o termo, porque hoje foi um termo usado por ela mesma. Naquele momento, eu fiz apenas uma referência do termo que seria usado por outras pessoas. Foi diferente. Mas apenas uma lembrança para ela, que sempre está fazendo apartes aos meus discursos.

Bom, o que se discute neste momento não é o mérito do projeto da Vereadora, que aqui procurou usar o seu tempo de forma bastante brilhante, até porque usou os seus cinco minutos para falar a respeito do seu projeto, fazendo propaganda e marketing dele, mas o que se discute é esse Requerimento.

Nós temos que deixar bem claro que não vivemos, neste País, num regime albanês ou cubano; nós vivemos num regime democrático. Por esse motivo, não temos o poder, como teríamos se ditadores fôssemos, de entrar numa empresa privada e nela interferir. No nosso regime não temos condições para isso. Esse é apenas um projeto para provocar polêmica e alcançar a mídia local e até - por que não? - estadual e federal. Essa é uma maneira de trabalhar, e nós a respeitamos, porque vivemos num regime democrático, mas se nós, Vereadores, cada vez que formos atingidos pela mídia - escrita ou falada - como muitas vezes o somos, injustamente, usarmos este Legislativo, esta Casa, faremos com que se passe aqui horas e horas a fio discutindo assuntos inócuos e apenas resolvendo problemas pessoais de um Vereador e não problemas da comunidade.

É por isso que faço esta contestação. Esta Casa não deve servir para resolver problemas pessoais. Para isso existe o Judiciário. Cabe à própria Vereadora, que tem condições para isso, solicitar ou requerer aos órgãos de imprensa que forneçam a ela dados para as suas reivindicações, mas não usar esta Casa para este tipo de coisas, que é tomar o tempo dos Vereadores para assuntos totalmente pessoais.

Concluo dizendo que, se não satisfeita a nobre Vereadora com as respostas ou com as omissões da mídia local aos seus requerimentos, procure o Judiciário, onde sem dúvida nenhuma ela será satisfeita, porque todos os jornais têm a responsabilidade por aquilo que escrevem. E essas informações têm que ser dadas. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não há mais encaminhamentos. Em votação.

A Mesa informa a V. Exa., Ver. Lauro Hagemann, que neste momento V. Exa. se encontra na condição de titular da Comissão Representativa em razão do licenciamento, por luto, do Ver. Clovis Ilgenfritz, a quem V. Exa. substitui na Comissão Representativa, já que V. Exa. é o primeiro suplente da Bancada do PT. Por essa razão é que V. Exa. dispõe da prerrogativa do voto.

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Esclarecimento): Sr. Presidente, o Ver. Lauro Hagemann não é o primeiro suplente da Bancada o PT, mas é o primeiro suplente da Bancada da Frente Popular, que ganhou as eleições na Cidade de Porto Alegre.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento 298/97. (Após a chamada.) Por 07 votos SIM, 04 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO, está APROVADO o Requerimento de autoria da Vera. Maria do Rosário.

 

O SR. SECRETÁRIO: Requerimento 300/97, de autoria do Ver. Antônio Losada - Moção de Repúdio ao Governador Antônio Britto por ter deslocado policiais militares do interior do Estado e pelo descaso com que trata os funcionários públicos estaduais.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Acredito que esta Moção perdeu o sentido, Sr. Presidente, dado que o próprio Governador está corrigindo esse erro, que foi, inclusive, discutido pelas próprias bancadas de oposição.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o autor da Moção é o Ver. Antônio Losada. Nesse sentido, estamos requerendo o adiamento por uma Sessão, porque consideramos que não perdeu o objeto, uma vez que a tristeza daqueles soldados....

 

O SR. PRESIDENTE: V. Exa. pode fazer o requerimento, mas não pode argumentar. Depois que entrar com o Requerimento, V. Exa pode encaminhar, se assim o desejar.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Estou ingressando com o Requerimento e argumentando da mesma forma que o Ver. Luiz Braz.

 

O SR. PRESIDENTE: Não. O Ver. Luiz Braz formulou uma Questão de Ordem.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente, pergunto se essa matéria pode ser encaminhada.

 

O SR. PRESIDENTE: Pode ser encaminhada.

Esta Presidência, baseada no Regimento, indefere o Requerimento da Vera. Maria do Rosário, de adiamento por uma Sessão, eis que regimentalmente não cabe adiamento de requerimento. Cabe, isso sim, retirar o Requerimento.

O Ver. Gerson Almeida manifesta a sua posição, na condição de Líder da sua bancada, no sentido de retirar o Requerimento.

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Requerimento): Retiramos o Requerimento para que o autor possa recolocar os termos diante da nova realidade.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa defere de plano o Requerimento do Ver. Gerson Almeida, ficando prejudicado o encaminhamento do Ver. Nereu D’Ávila.

 

O SR. SECRETÁRIO: De autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, Requerimento 299/97 - Moção de Apoio ao Hospital de Pronto Socorro pelo movimento desencadeado de protesto pelo sucateamento da aparelhagem, desfalque de mão-de-obra, arrocho salarial, etc.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI (Requerimento): Sr. Presidente, eu requeiro, já que o Ver. Sebenelo não se encontra em Plenário, nós adiarmos esta Moção. Eu não sei se é possível.

 

O SR. PRESIDENTE: Vamos suspender a Reunião por alguns instantes.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 11h35min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 11h36min): Estão reabertos os trabalhos.

Em votação a Moção de Apoio ao Hospital de Pronto Socorro. O Ver. Nereu D'Ávila está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu encaminho esta matéria porque temos que ter todo o cuidado de preservar um dos maiores patrimônios do povo gaúcho, que é o Pronto Socorro. Eu digo que é patrimônio do povo gaúcho porque 40% dos atendimentos são provenientes do interior do Estado, e, nesse teor, prezo e cultivo um sentimento de justiça em relação à minha postura e à postura das demais pessoas com quem convivo. Diante disso, eu assinei uma Moção, já pela segunda vez, para que fossem destinadas verbas estaduais para o Pronto Socorro, visto que, repito, 40% do uso do Pronto Socorro é feito pelo interior do Estado e não é justo que as pessoas sejam entregues a ambulância e sejam levadas para o Pronto Socorro, como quem diz: “a despesa é por conta dos outros”. Nós temos que ter co-responsabilidade em relação a essas coisas.

Eu encaminho favoravelmente à Moção para chamar a atenção exatamente porque nós não podemos fechar os olhos à realidade de certos setores do Pronto Socorro, que estão com defasagem de material e uma série de coisas. Hoje, numa página inteira, a Zero Hora coloca em destaque um relatório feito pelo Conselho Regional de Medicina.

O objetivo do meu pronunciamento é que nós não podemos colocar embaixo do tapete a situação e nem querer aproveitar, demagogicamente - o que seria abjeto -, uma situação setorial do Pronto Socorro para vituperar contra toda a sua grandeza e todo o esforço que seus médicos fazem para salvar milhares de vidas diuturnamente. Essa é uma questão intangível que queremos preservar; mais: devemos preservá-la. Agora, isso não obscurece as possíveis falhas, as questões estruturais e setoriais do Pronto Socorro, que estão com falhas e lacunas, tanto é verdade que a Zero Hora, repito, hoje faz uma matéria de página inteira a respeito dessas questões. Não sou eu, que não sou médico e nem da área, quem vai falar, em termos compatíveis, por exemplo, sobre máquinas ou equipamentos com nomes que os médicos e pessoas do setor conhecem bem.

Queremos um Pronto Socorro atuante, que continue prestando serviços à população, como vem fazendo, e queremos também que o Estado tenha a responsabilidade dessa situação, porque os municípios do interior estão consumindo 40% do uso do Pronto Socorro e, certamente, isso faz parte da possível defasagem pelo excesso do uso dos equipamentos, que vão se tornando obsoletos.

Por isso, deixo claro: encaminho a matéria para chamar a atenção para que o Poder Público Estadual e o Municipal acendam a luz vermelha, porque todos nós temos orgulho do Pronto Socorro, todos nós, de uma maneira ou de outra, precisamos do HPS, porque é do interesse absoluto da população gaúcha. Não podemos deixar qualquer falha permanecer no Pronto Socorro.

Deixo clara a intenção do meu pronunciamento. Não quero aprovar uma Moção para fazer injustiça, para apenas “alfinetar” o Poder Público Municipal ou a Secretaria da Saúde com possíveis falhas no Hospital de Pronto Socorro. Não. Quero que a Câmara participe dessa preocupação sobre essa matéria que saiu na Zero Hora, uma preocupação sobre um relatório feito sobre os setores falhos do Hospital de Pronto Socorro. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para encaminhar o Requerimento 299/97.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é lamentável que de forma tão irresponsável e demagógica o Ver. Sebenelo traga esse debate à Casa. Na Comissão de Saúde e no Plenário trouxemos a necessidade de debater sobre as verbas de saúde do Município de Porto Alegre, os repasses necessários que devem ser feitos, por parte do Estado, ao Município de Porto Alegre. Colocamos aqui, por diversas vezes, que o Governo do Estado deveria se responsabilizar com o repasse dos recursos ao Hospital de Pronto Socorro. Não podemos passar a imagem de que o Pronto Socorro de Porto Alegre está sucatado porque, sem sombra de dúvida, ele é referência regional, também, nos Estados de Santa Catarina e Paraná.

Esta Casa aprovou financiamento para obras que estão reconstruindo o Pronto Socorro, capacitando-o para um conjunto de intervenções. Não é dessa forma irresponsável que devemos nos manifestar em relação ao Pronto Socorro. Devemos dar apoio ao Pronto Socorro, aos seus funcionários, ao Governo e à Secretaria Municipal da Saúde, que gerencia aquele serviço, mas não podemos deixar passar esse fato sem a devida atenção, por uma questão pontual que está sendo resolvida e encaminhada pela Administração Popular, que acabou de assinar um convênio com o Fomplata, que traz um conjunto de verbas para serem aplicadas no Hospital de Pronto Socorro. Nós não podemos deixar passar nesta Casa a imagem de que aquela instituição está sucatada. Não, o Pronto Socorro não está sucatado; pelo contrário, ele continua sendo uma das mais importantes referências para o Estado do Rio Grande do Sul na área do atendimento de emergência.

Porto Alegre está construindo uma política de descentralizar o atendimento de emergência. O Pamsul, na Vila dos Comerciários, hoje é uma referência para a Zona Sul da Cidade em atendimento de emergência, trabalhando-se com a possibilidade de o Postão do IAPI também virar uma referência na continuidade do atendimento de emergência na Cidade.

Fica o nosso registro de que o Ver. Cláudio Sebenelo, de forma irresponsável e demagógica, tenta tratar uma situação que é muito grave, que é o atendimento geral de emergência no Estado do Rio Grande do Sul. A maioria das emergências em todo o Estado foram fechadas e a população tem de recorrer à Cidade de Porto Alegre para o atendimento de suas emergências.

É interessante que esta Casa faça um movimento para o Governador não vetar a emenda popular que foi aprovada, destinando verbas para o Hospital de Pronto Socorro. É esse o movimento responsável que esta Casa, o Ver. Cláudio Sebenelo e os Vereadores devem fazer, para que o Governador Antônio Britto não rejeite a emenda popular e repasse recursos para o Pronto Socorro. É esse o movimento responsável, e não levantar a hipótese de que esse hospital está sucatado. Quem conhece esse hospital sabe que ele é uma referência e que estão sendo feitas e projetadas obras naquele local que vão torná-lo referência para todo o Sul da América. As verbas do Fomplata que foram aprovadas para as obras do Pronto Socorro vão se tornar referência para o Uruguai, Paraguai e Argentina, e isso é uma conquista de Porto Alegre, que não pode, de forma irresponsável, ser deixada de lado.

Encaminhamos contra porque achamos que não é dessa maneira que se trava o debate de saúde em Porto Alegre. Insistimos durante todo o ano com esse debate do Ver. Sebenelo, que é uma pena não estar presente para poder ouvir isso. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar o Requerimento 299/97.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não iria fazer este encaminhamento, mas depois que li a Moção começo a não entender por que a Bancada do PT é contrária.

Ver. João Dib, nós já discutimos, aqui na Casa, que se vota a Moção, não a justificativa. É encaminhado só o texto votado aqui, que é a Moção. A Moção diz assim: “Moção de Apoio ao Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre”. Quem poderia ser contrário a uma Moção de Apoio ao Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre? A justificativa pode ter, na verdade, determinadas doses de exagero de quem escreveu a Moção, só que não estamos votando justificativa.

Lembro quando estávamos votando o Orçamento da Cidade. O Ver. João Dib discutiu muitas vezes os 13% da saúde, dizendo que aqueles 13% deveriam ser aplicados - e realmente é um erro da Administração que aí está - sobre o total do Orçamento, e o que se faz hoje, em Porto Alegre, é aplicar os 13% sobre uma parcela da receita de Porto Alegre, o que faz com que a saúde perca recursos. Muitos dos recursos que podem estar faltando no HPS - e hoje há uma matéria na Zero Hora falando sobre deficiências do HPS - poderiam estar lá se, porventura, o Orçamento estivesse votado corretamente, como fala a Lei Orgânica do Município. Não acredito que nenhuma liderança, inclusive do PT, poderia, na verdade, dizer que os 13%, de acordo com o que está colocado no Orçamento, estão corretos. Os 13% deveriam ser aplicados sobre a totalidade da receita. Ora, mas nós não estamos votando isso, aqui.

Eu não estou entendendo o porquê do voto contrário manifestado pela Bancada do PT. Nós estamos votando, simplesmente, uma Moção de Apoio ao Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. A Moção fala apenas que é uma Moção de Apoio. Qual Vereador desta Casa votaria contrariamente a uma Moção de Apoio ao Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre? Esta é a Moção. Nós não estamos votando, Ver. Gerson Almeida, justificativa, e isso já foi discutido neste ano. Não se votam justificativas, porque elas são pessoais. Ela é do Vereador que escreve a Moção e ele coloca, dentro do seu ponto de vista, a justificativa que ele dá para apresentar aquela Moção à Casa. E o Ver. Cláudio Sebenelo dá esta justificativa, que não está sendo votada, para nós aprovarmos aqui uma Moção de Apoio ao Hospital de Pronto Socorro.

Eu acho que esta Moção tem que ser aprovada pela unanimidade da Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Anamaria Negroni está com a palavra para encaminhar o Requerimento 299/97.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta Moção do Ver. Cláudio Sebenelo nós até pretendíamos tirar de votação pelo fato de ele não ser membro desta Comissão Representativa e não se encontrar presente neste momento. Procuramos, então, falar com ele, adiar por uma Sessão ou retirarmos e, mais adiante, propormos novamente, para que ele esteja presente. Mas, devido ao mérito da Moção e, também, por sua ementa, vimos que, ao contrário do que se possa pensar, não tem por que de a bancada petista ser contrária, ou qualquer outro Vereador, porque é uma Moção de Apoio ao Hospital de Pronto Socorro. Quem não apóia o Hospital de Pronto Socorro?

As dependências do Hospital de Pronto Socorro se encontram em condições precárias, e hoje, no jornal Zero Hora, na página 52, temos uma matéria de página inteira que deixa bem claro que o relatório confirma as suas deficiências. O Conselho de Medicina diz que o HPS precisa de cuidados urgentes para não expor os pacientes a risco de vida. Então, não vejo motivo algum para se votar de forma diferente. Como foi dito aqui, a justificativa do Ver. Sebenelo é constituída de um texto pessoal que não seguirá a própria Moção. V. Exa., Ver. Renato Guimarães, a quem prestigio muito, faz um aparte anti-regimental. V. Exa. sempre faz essas intervenções indevidas e eu gostaria que desse uma olhadinha no nosso Regimento para ver que, dessa forma, um Vereador não trabalha aqui.

Gostaria de deixar claro que, ao contrário do que se poderia imaginar, a bancada petista deveria votar “in totum”. Essa Moção deve ser votada de forma unânime dentro desta Casa. Hoje, temos aqui 12, 13 Vereadores.

Nós todos sabemos da situação do Hospital de Pronto Socorro. Nós sabemos de todas as suas deficiências. Basta olhar a página 52 do jornal Zero Hora de hoje para constatarmos que a situação é precária. É lógico que queremos um hospital - que não trata só de doentes de Porto Alegre, mas da Grande Porto Alegre e até do interior do Estado - bem aparelhado e com condições de atender, sem risco nenhum, sem risco de infecção hospitalar, e que os funcionários que lá trabalham tenham melhores condições de trabalho e de higiene.

A nossa posição é para encaminhar favoravelmente essa Moção de Apoio, essa proposição do nosso querido Ver. Cláudio Sebenelo, que é um médico e é uma pessoa muito preocupada com a saúde. Nós todos, ainda que não sejamos dessa área, também nos preocupamos com as questões de saúde de Porto Alegre. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

 O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Fernando Záchia para encaminhar o Requerimento 299/97.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a verdade é o que foi dito: o que está sendo votado é a Moção de Apoio ao Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. Não está sendo questionado por este Plenário se está sucatado ou não o HPS. No entendimento deste Vereador, esta Moção talvez tivesse que ser um pouco mais complementada, mas entendemos que estamos votando o apoio desta Casa Legislativa para que o HPS tenha melhores condições de atendimento. É mais correto, no meu entendimento, votarmos desta maneira, apoiar uma melhor condição ao invés de dizer que o HPS está sucatado, está sem condições de exercício de sua atividade.

Nós lemos o jornal e o relatório do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul. Evidentemente, Ver. Renato Guimarães, vimos que esse relatório aponta que existem deficiências tecnológicas, que faltem, talvez, investimentos financeiros para que se possa ter uma melhor condição. Como diz o Ver. Renato Guimarães e nós concordamos, estão aos poucos sendo superadas essas deficiências. Isso evidentemente que não é sucatamento, mas pode ser, na visão deste Vereador, um relaxamento da sua administração quando, por exemplo, sala de sutura, plantonistas do setor de cirurgia ambulatorial revelaram aos médicos do Conselho de Medicina que a remoção do lixo e a limpeza das salas são feitas sem respeitar a presença de pacientes em atendimento, o que cria um risco de contaminação, segundo o próprio relatório. Ora, isso demonstra que essa atividade, feita de uma maneira equivocada, não é assim executada por falta de investimento, ou ela não é feita de maneira adequada porque não tem equipamentos que permitam isso. Isso mostra, e o Ver. Renato Guimarães me auxilia, que a orientação diretiva é feita de uma maneira equivocada. E não estou, em momento algum, Ver. Renato Guimarães - e estou sendo repetitivo -, dizendo que o HPS - e nós estaremos aqui votando - está em sucatamento ou não. O que pode, através do relatório do Conselho de Medicina, é ficar demonstrado que procedimentos estão sendo executados de maneira equivocada em decorrência de equívocos de sua administração.

Na resposta, o HPS diz que entende que não há razão técnica para alterar o procedimento atual, diz que está correto, mas o Conselho de Medicina foi lá, fiscalizou e constatou que está sendo realizado de maneira equivocada, não por falta de equipamento, mas por uma orientação errada.

Através dessa Moção, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, queremos manifestar o nosso apoio ao HPS. Na Moção ele não está dizendo que está sucatado. Diz, na justificativa pessoal - que não é votada por esta Casa -, que existem, no seu entendimento, determinados setores do HPS que estão sucatados.

A mesma reportagem me deixa perplexo - e eu sou leigo nessa matéria -, quando o cirurgião bucofacial Paulo Gonçalves revelou que “com freqüência é preciso usar uma furadeira Bosch, baixo impacto, modelo convencional, quando estraga o motor especial para cirurgias de face. Estou há dois anos no HPS e já tive que utilizar essa furadeira várias vezes”.

Sou leigo, Ver. Renato Guimarães, mas tenho uma certa dificuldade de entender que possa ser utilizada uma furadeira numa cirurgia bucofacial. Para mim é uma coisa extremamente contraditória, mas está aqui o nome do profissional, funcionário há dois anos do HPS. Tenho que dar credibilidade ao depoimento desse profissional. Ora, se o motor está estragando, certamente faltam verbas para que se possa fazer a cirurgia de uma maneira mais correta, mas consertar esse motor não deve ser uma coisa muito cara. Agora, utilizar uma furadeira Bosch nos pacientes me deixa estarrecido com a metodologia aplicada. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de Moção de Apoio ao Hospital de Pronto Socorro, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo.

Em votação nominal. (Após a chamada.) Cinco votos SIM, 05 votos NÃO. Em razão do empate na votação, o Presidente vota “sim”. Portanto, o resultado final é: 06 votos SIM e 05 votos NÃO. APROVADO o Requerimento.

Declaração de Voto: (Lê.)

“Voto ‘sim’ porque testemunhei pessoalmente, com parente ali internado em estado crítico, a crise de sucatamento por que passa o Hospital de Pronto Socorro. (a) Ver. Isaac Ainhorn.”

Passamos ao período de

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Gerson Almeida está com a palavra.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, serei bastante breve em função do adiantado da hora. Agora, não gostaria de deixar passar, no dia de hoje, uma informação à Câmara de Vereadores de Porto Alegre da representação que ontem este Vereador apresentou dirigida ao Dr. Sérgio Gilberto Porto, Procurador-Geral de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, contra o Sr. Governador Antônio Britto e o Sr. Cristiano Tatsch, Presidente da Companhia Rio-Grandense de Telecomunicações. Esta representação está sustentada no fato de a CRT ter instalado ou estar em processo de instalação de uma central pública de comutação telefônica para o complexo automotivo da GM na Cidade de Gravataí. A princípio, não há nenhum problema, desde que se conheçam as normas, os regulamentos técnicos que orientam a instalação de centrais públicas ou centrais privadas.

Como sou funcionário da CRT há 20 anos, chamou-me a atenção o fato de que para o complexo automotivo estivesse sendo instalada uma central pública. Fui atrás das informações, dos dados e, de fato, comprovei, junto à documentação da empresa, que duas alternativas foram apresentadas pelo corpo técnico da CRT. Uma, dentro das normas técnicas que servem para todos os usuários, quer a construção de uma central privada de comutação telefônica. Surpreendeu-me que a CRT, em vez de usar as normas técnicas no caso da GM, os regulamentos que usa para qualquer usuário, assinante individual ou comercial, que estão previstas no contrato-padrão de adesão que todos fazem, que tem uma cláusula muito evidente, muito clara, que é a Cláusula Décima Quinta do Contrato - que todos nós, usuários, donos de um telefone, já assinamos com a CRT -, que diz “instalação fora da área de tarifação básica: a instalação de telefone fora da área de tarifação básica de prestação de serviços fica condicionada à execução dos investimentos relativos aos meios adicionais necessários à instalação dos equipamentos e serviços que são responsabilidade única e exclusiva do promitente assinante e também ao pagamento das taxas de vistorias destes mesmos meios adicionais”... Essa é a cláusula universal que vale para todos os que estabelecem um contrato de adesão com a CRT.

A área em questão onde está sendo instalado o complexo automotivo da GM é uma área claramente fora da área de tarifação básica, ou seja, inclusa nesta Cláusula Décima Quinta do Contrato de adesão universal. Mesmo assim, a CRT, naturalmente com a anuência do Governador do Estado, optou pela instalação de uma central privada, como não rezam as normas técnicas, para aquele complexo automotivo, que teria a seguinte conseqüência econômica: a proposta, dentro das normas técnicas, significaria que a CRT teria um investimento de 538 mil reais e, mensalmente, uma manutenção de dois mil reais. A segunda proposta, que inclui uma central pública e não privada, faz com que a CRT gaste dois milhões, 144 mil reais e, em vez de dois mil reais por mês, 71 mil reais por mês, enquanto que a General Motors, em vez de um milhão, 641 mil reais de investimento e 67 mil reais por mês, com a instalação da central pública determinada pela CRT e Governo do Estado, vai passar a ter um investimento de tão-somente 71 mil reais e não mais um milhão e 600 mil reais, e por mês três mil reais e não mais 67 mil reais. Com isso, fica evidenciada uma improbidade administrativa e um privilégio, que deve ser estancado, à General Motors, diferente de qualquer outro assinante, que é obrigado a pagar cada centavo da instalação, do cabeamento e da infra-estrutura, se estiver fora da área base.

Acho que deveremos acompanhar cada passo desse processo, porque cabe restabelecer o princípio da isonomia, da igualdade e da impessoalidade na administração pública. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu tenho sido, na condição de Presidente, procurado insistentemente pelos meios de comunicação para saber se a Câmara Municipal se autoconvocará. Os jornais têm registrado que haverá Convocação Extraordinária. Eu quero deixar clara a minha posição pessoal. Não tenho problema nenhum em trabalhar no período de recesso parlamentar em Convocação Extraordinária, até porque não há nenhum ônus ao erário público municipal, eis que, por força de disposição orgânica, os Vereadores não recebem, em qualquer hipótese, subsídio extra ou “jeton” em Convocação Extraordinária. É uma medida transparente e moralizadora desta Casa.

Agora, tenho dito que não quero e não serei responsável, no exercício da Presidência - sei que o Ver. Clovis Ilgenfritz assumirá, na condição de titular da Presidência desta Casa, ainda na tarde de hoje, infelizmente numa situação triste da vida do Ver. Clovis Ilgenfritz, que teve que se licenciar por força do luto pela morte de seu pai -, mas não serei o responsável por qualquer Convocação Extraordinária, porque sei que Convocação Extraordinária até 31 de dezembro deste ano, Ver. Elói Guimarães, tem o claro objetivo de aumentar o IPTU da Cidade de Porto Alegre acima da inflação. Sei que manobras e esforços estão sendo feitos no sentido de trazer novamente à votação o projeto que trata da Lei Complementar nº 07 e o substitutivo do Ver. Hélio Corbellini que aumenta o IPTU.

Espero que os Vereadores Adeli Sell e Gerson Almeida me comuniquem que o Executivo já está expedindo decreto do reajuste do IPTU nos patamares da inflação ou abaixo dela. Se fizer isso, aproveito antecipadamente o ensejo para cumprimentá-los.

 

 O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Apesar de liderarmos o governo nesta Casa com orgulho, não temos autoridade para fazê-lo. Gostaríamos de perguntar de onde o Sr. faz uma leitura de que haverá Convocação Extraordinária para discutir o aumento de IPTU.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Vereador, eu disse que - talvez V. Exa. não tenha ouvido -, na condição de Presidente em exercício da Casa, tenho sido procurado diariamente por jornalistas de todos os meios de comunicação perguntando se haverá Convocação Extraordinária e se o IPTU está na pauta, porque essa informação está-se gestionando dentro da Casa. Eu digo: não tenho conhecimento oficial de nenhuma Convocação Extraordinária nesse momento e não serei o responsável por Convocação Extraordinária nesse sentido, sobretudo para aumentar o IPTU. Sei que isso tem que ser feito neste ano. Não quero, pessoalmente, Convocação Extraordinária para este ano.

Sei que V. Exa., Ver. Adeli Sell, quer aumentar o IPTU da Cidade de Porto Alegre acima da inflação. Talvez, pessoalmente, acho que não quer, mas, sendo V. Exa. um interlocutor do Prefeito Raul Pont, que teima, junto com o Secretário da Fazenda, em buscar essa fonte de receita, penalizando a nossa gente...

 

O Sr. Gerson Almeida: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu não quero Convocação Extraordinária, mas essa é uma prerrogativa do Prefeito, assim como é uma prerrogativa do Presidente desta Casa, naturalmente, em acordo com as Lideranças. Já conversamos com várias Lideranças, inclusive com a de seu partido. Há um acordo, já estabelecido previamente, no sentido de viabilizarmos uma autoconvocação da Câmara, que trataria sobre o novo modelo de gestão da SMT.

Hoje, às 4h, eu, o Ver. Luiz Braz, Ver. Nereu D'Ávila e outros Vereadores já acertamos uma reunião para tratarmos dessa questão e, eventualmente, incorporarmos outros projetos, como é usual.

Não quero servir - desculpe-me - de escada para os seus atos contra o IPTU. Só quero deixar claro sobre a questão do procedimento. Agradeço o aparte.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Vejam como o posicionamento e a manifestação do Ver. Gerson Almeida foi diferente da do Ver. Adeli Sell. O Ver. Gerson Almeida informa que estão gestionando uma Convocação Extraordinária. O Ver. Adeli Sell questiona de onde eu tirei a idéia de ter autoconvocação. Vejam - dois Vereadores da bancada petista! Vejam V. Exas. as contradições que há entre os Vereadores da bancada governista nesta Casa!

Eu não tenho problema nenhum de trabalhar quantos dias forem necessários neste período de recesso parlamentar convocado extraordinariamente. Para discutir a gestão do transporte urbano da Cidade de Porto Alegre, ótimo! Para discutir a extinção da Epatur e a criação da Secretaria de Turismo, excelente! Só não gostaria nestes dias que antecedem o Ano Novo, porque tudo o que antecede o Ano Novo é a disposição de aumentar o IPTU. É isso o que passa pelas cabeças que articulam essa Convocação.

 

O Sr. Nereu D’Ávila: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Efetivamente, há um consenso sobre a autoconvocação graciosa, sem ônus para ninguém, ao contrário da Assembléia e do Congresso Nacional. Mas não há consenso sobre a data.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Importante esse pronunciamento do Líder de minha bancada. Eu, particularmente, tenho certeza de que o ano que vem, no dia 05 de janeiro, já poderemos eleger a nova Mesa Diretora.

 

O Sr. Nereu D’Ávila: A probabilidade é essa, até porque muitos Vereadores viajam no fim do ano. Naturalmente, têm direito a descanso. Nós gostaríamos que fosse junto com a nova Mesa Diretora. A Câmara deve-se reunir para empossar a nova Mesa. Aproveitar-se-ia para fazer uma reunião extraordinária.

 

O SR. ISAAC AINHORN: O substitutivo, Ver. Paulo Brum, de aumento do IPTU, do Ver. Hélio Corbellini, estava na Ordem do Dia por força do art. 81. Quando o PT percebeu, mais uma vez, que não tinha os 17 votos, que não tinha a vontade da Cidade, que não tinha a vontade da maioria absoluta dos Vereadores, retirou o art. 81 e, evidentemente, o projeto saiu da Ordem do Dia. Em cada tentativa que o PT faz de incluir o projeto da Ordem do Dia, eu já temo. Confesso. Tenho receio de que ele tente, pelo menos, conseguir os 17 votos. Eles são muito convincentes nos seus argumentos, mas, graças a Deus, eles só conseguiram até agora, no máximo, 14 votos - os seus 13, mais o do autor do substitutivo, que também pertenceu à grei petista há até pouco tempo. Não conseguiram convencer nenhum Vereador mais desta Casa para penalizar a população de Porto Alegre, aumentando o IPTU acima da inflação. IPTU, aumento, não! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a palavra. Ausente. Ver. Eliseu Sabino. Desiste. Ver. Clovis Ilgenfritz. Em licença. Ver. Carlos Garcia. Ausente. Vera. Anamaria Negroni. Desiste.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, muito, durante este ano, a Bancada do Partido dos Trabalhadores foi cobrada por não discutir, na medida da compreensão da oposição, problemas de Porto Alegre.

O Ver. Isaac Ainhorn acaba de discutir um problema, que é o IPTU. Nós já discutimos bastante a questão. Temos opiniões. Eu só queria registrar que a diferença do seu pronunciamento aqui é que eu falava sobre a pauta da Convocação Extraordinária. Portanto, queria fazer essa correção. Mas eu quero discutir Porto Alegre, sim.

Nós estamos vivenciando na Cidade um momento ímpar de uma campanha denominada “Brilha Porto Alegre”. A Cidade está iluminada; há o encanto das festas natalinas e há a expectativa e a esperança de um 1998 mais promissor do que foi 1997. Que bom ver Porto Alegre assim! Que bom que as luzes que iluminam esta Cidade nos dão o encanto do sonho! Agora, há uma contradição nas ruas, nos monumentos, nos prédios públicos e privados da Cidade. Contrastando com o brilho das luzes, estamos vivenciando um grupo de vândalos emporcalhando a Cidade de Porto Alegre.

Estamos nos aproximando da “sujeirama” que existe na Região Metropolitana de São Paulo. Algumas pessoas, em nome do grafitismo, estão pichando monumentos como o Loureiro da Silva, aqui na frente da Câmara Municipal, prédios públicos, viadutos. Os nomes são os mais variados possíveis, mas os seus garranchos são completamente compreensíveis.

Nós queremos levantar esta problemática aqui, porque esta questão é incompatível com uma cidade limpa, moderna e iluminada como é Porto Alegre. Recentemente foi pintada a escadaria da Rua 24 de Maio, rua na qual já residi - hoje resido nas proximidades. Tudo bonito, tudo pintado, eis que vândalos vão lá e estragam toda a pintura e toda a beleza ali colocada.

Foi importante a 1ª Bienal do Mercosul, um dos seus artistas ter feito uma inserção artística ali, na escadaria. Passou o dia 30 de novembro, encerrou-se a Bienal e também os seus responsáveis não tomaram nenhuma medida de recolocar a pintura e a situação anterior. Também devemos fazer essa cobrança, porque ela vem colaborar com esse aspecto de sujeira que está sendo colocada por alguns grupos de vândalos. Qual a solução? Creio que há algumas.

Estou fazendo esse pronunciamento porque já contatei com a Administração Municipal e com a Brigada Militar, mas vou enviar as notas taquigráficas deste pronunciamento à Prefeitura Municipal, ao Prefeito, ao Vice-Prefeito, particularmente ao Departamento Municipal de Limpeza Urbana, porque ele tem funcionários ou empresas contratadas, diuturnamente na Cidade, de manhã, de tarde, de noite e de madrugada, limpando e arrumando a Cidade. E estes funcionários treinados pela Administração Municipal poderão ser fiscais e denunciadores legítimos desse vandalismo, porque é impossível que alguém que esteja na rua de manhã, de tarde, de noite e de madrugada não veja esses grupos pichando, esculhambando com a nossa Cidade.

Peço ao meu governo, do meu partido, uma ação concreta para ajudar a manter aquilo que é feito com nosso esforço, dos funcionários municipais e do dinheiro público de Porto Alegre.

Quero dizer mais: a Brigada Militar, que também tem a sua corporação permanentemente nas ruas, deve orientar. Tenho certeza que o Cel. Bonetti, Cel. Dilamar da Luz e outros representantes da Brigada Militar vão atentar para essa denúncia que estou fazendo e vão orientar os brigadianos da nossa Cidade para que não haja este tipo de vandalismo.

Menciono o Projeto de Lei de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que está aqui nesta Casa, em trâmites finais, que toma medidas concretas a respeito da venda do “spray”. Eu fui um dos defensores aqui, quando correu Pauta, e quero dizer que devemos fazer tudo para aprovar esse Projeto de Lei, porque tomará medidas concretas, e a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio será a fiscalizadora da venda do “spray” na nossa Cidade.

 

O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, fico satisfeito em saber que contarei com a expressiva liderança de V. Exa. para, se for o caso, incluir esse PLL na pauta da Sessão Extraordinária que se desenha.

 

O SR. ADELI SELL: Se as lideranças não tiverem objeção, eu também não terei. Pelo contrário. Quero dizer aqui que iniciarei uma campanha e tenho certeza de que terei a solidariedade e o apoio desta Casa. Quero fazer um apelo às entidades da nossa Cidade, da Federasul, da Fiergs, ao menor e mais modesto sindicato de trabalhadores, para que coloquem em seus materiais um chamado específico sobre essa questão: Porto Alegre não pode conviver com esse tipo de vandalismo. Se são jovens - eu sempre fui um dos mais atuantes defensores de uma política para a juventude -, que possamos, então, discutir com esses grupos e encaminhá-los para outro tipo de atividade junto à Secretaria Municipal de Cultura, em lugares específicos, bonitos, para fazerem o seu grafitismo artístico, para fazerem as suas atividades de lazer na Secretaria Municipal de Esportes, mas é intolerável aceitar esse vandalismo na nossa Cidade. Nós estamos estragando Porto Alegre. Porto Alegre quer, Porto Alegre pode-se transformar na capital turística do Mercosul. Já é uma capital de qualidade de vida; poderá ser muito mais do que é hoje.

Nesta Casa, neste momento que estamos vivenciando, caros Vereadores, tenho certeza de que não serei uma voz solitária e que nós, permanentemente, estaremos juntos, batalhando para que possamos resolver essa questão. Portanto, faço um apelo veemente à Brigada Militar, à Prefeitura Municipal, aos órgãos públicos, à iniciativa privada, para que possamos coibir esse tipo de coisa na nossa Cidade. Brilha Porto Alegre! E brilha se não a sujarem. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, na condição de Vice-Presidente da Casa, abrimos a Sessão às 9h30min. Ocorre que, em função da visita do Ver. Antonio Hohlfeldt, novo Presidente do PDSB, ao nosso partido, às 11 horas tive que me afastar. Estou retornando. Eu fui informado que a chamada para o período das Comunicações foi iniciado pelo final, quando deveria ser pelo início.

 

O SR. PRESIDENTE: Informou-me a douta Diretora Legislativa que, na última Ordinária, iniciou-se na ordem crescente. Portanto, esta de hoje foi na ordem decrescente.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Como cheguei a tempo hábil, peço a V. Exa. que me assegure o meu tempo.

 

O SR. PRESIDENTE: O seu tempo está assegurado, quando chegar a sua vez.

A Vera. Tereza Franco está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. TEREZA FRANCO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu estou usando a tribuna e, em primeiro lugar, quero parabenizar o Ver. Isaac Ainhorn a respeito do IPTU, porque também sou contra o aumento do IPTU.

Mas eu não vim à tribuna para falar sobre o IPTU. Estou aqui para agradecer às pessoas que aqui me acolheram e me ensinaram, que aqui me acolheram, me explicando, me ensinando, como o Ver. Adeli Sell, o Ver. Juarez Pinheiro, o meu Líder, o Ver. Paulo Brum, o Ver. Reginaldo Pujol e, enfim, todos os que me fizeram ser mais a Vereadora que o povo colocou aqui. Graças a Deus, neste período em que estive aqui, não consegui fazer nenhum erro e todos acharam que fui muito bem. Eu não fiz isso sozinha, e costumo dizer que uma andorinha não faz verão.

Quando entrei aqui, entrei com a perna tremendo de medo, mas, graças a Deus, achei apoio em todos os Vereadores. Eu quero dizer que sou muito grata. E também com a TV Câmara o nosso trabalho ficou mais importante, porque, por pouco que venho à tribuna, as pessoas me encontram e dizem: “Nega, eu te vi hoje na TV”. E eu digo: “Eu não dei entrevista hoje”. E me dizem: “Foi no canal de vocês, dos Vereadores”. E eu digo: “Que bom!”

Eu quero desejar a todos um Feliz Natal e que neste recesso a Nega, de repente, pode estar batendo aí, na tua casa, para tomar um cafezinho, porque agora é que vou ter tempo de ir nas vilas e trocar aquelas idéias, porque, antes, a Nega não podia porque pela manhã está na rádio, à tarde, está aqui, na Câmara, e à noite estudava e não tinha tempo. Agora, a Nega vai ter uma folga.

Eu desejo a todos os Vereadores e seus familiares, a ti que está aí, um Feliz Natal e um próspero Ano Novo. Um beijo da Nega. Muito obrigada a todos.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, como Líder da Bancada não poderia deixar de vir a esta tribuna depois que a Vera. Tereza Franco a usou exatamente para fazer uma série de agradecimentos.

A Vera. Tereza Franco é uma pessoa extraordinária. Quando ela chegou aqui nesta Câmara, ela encantou não apenas a nossa Bancada do PTB, onde deu muita contribuição pelo seu conhecimento das comunidades, como também encantou e sensibilizou as outras bancadas, tanto é que ela tem um relacionamento extraordinário com todos os Vereadores e eu não tenho dúvida nenhuma em dizer que todos os Vereadores da Casa nutrem pela minha querida amiga Tereza Franco um sentimento de carinho muito grande. Cumprimento V. Exa. por todo o trabalho que realizou neste ano, não digo que surpreendendo a nós, mas fazendo com que tivéssemos muito prazer em ter a sua companhia. Acho que a Bancada do PTB se engrandece e se envaidece com sua presença.

Quando V. Exa. falou no Natal, e como este Vereador terá que se ausentar depois do dia 19, eu quero aproveitar esta oportunidade. Acho que estou participando da última Sessão Representativa, muito embora seja suplente nela, o que não significa que paremos de trabalhar. Continuamos trabalhando normalmente. Podem servir de testemunhas aquelas pessoas que vêm até aqui nos procurar para que possamos interceder de alguma forma em benefício da sociedade. Mas quero aproveitar para dizer a todos os Vereadores da Casa, a todos os funcionários, a todos os que nos acompanham agora... Porque nós não falamos mais para as quatro paredes. O nosso “tambor de ressonância” tem a possibilidade de ir um pouco mais além do que as quatro paredes. Acho que essa idéia do Canal 16 é muito boa, porque dá possibilidade a que nós possamos falar para toda a comunidade.

Aproveito agora, minha amiga Tereza Franco. Até vou imitar o seu gesto aqui, desta tribuna, e vou também desejar a todos os nossos companheiros, tanto os da bancada como os que formam este Plenário, aos funcionários e à nossa sociedade, que este Natal seja muito bom, um Natal santo. Sei que a maioria da sociedade - estamos incluídos também - está com poucos recursos. Essa foi a tônica da sociedade toda durante praticamente todo este ano, mas tenho a certeza de que o Natal deve ser encarado não apenas como o que de material possa vir; ele deve ser encarado como o crescimento espiritual que temos que ter. Temos que ter consciência de que estamos comemorando o nascimento de um Homem que modificou toda uma história, toda uma humanidade. Dois mil anos que transformaram a história da terra. Exatamente por esse motivo temos que comemorar essa data, temos que reverenciar a memória desse Homem que foi o maior Homem que esteve na Terra, porque ele conseguiu fazer com que todos os destinos fossem modificados exatamente pelo seu sofrimento, ação, pela sua consciência há dois mil anos atrás. É Jesus Cristo que temos que reverenciar, independentemente dos presentes que, tenho certeza, as crianças esperam, independentemente dos cumprimentos que temos que trocar.

Ver. Reginaldo Pujol, que a sua família e todas famílias dos que estão neste mundo possam ser felizes e serem revestidas do espírito cristão. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Agradeço os votos natalinos do nosso futuro Presidente. Registro, com muita satisfação, a presença do Ver. Carlos Alberto Fortuna, Líder do Partido da Frente Liberal de Sapucaia do Sul, o meu querido “Branca”, que nos dá essa satisfação.

Com a palavra, o Ver. Elói Guimarães em Comunicações.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, utilizarei o dia de amanhã, quinta-feira, na Comissão Representativa, para prestar homenagens à Casa, aos funcionários e ao povo de modo geral, alusivas à data natalina.

Hoje, trago à tribuna uma das preocupações que tenho vivido e que tem sido objeto de algumas manifestações que tenho feito não só na Câmara Municipal de Porto Alegre, mas também nos meios de comunicação, que se refere à circulação na free-way, principalmente agora que estamos ingressando no período de grandes demandas para as praias do Litoral Norte. Tenho chamado a atenção sobre as modificações que fizeram na free-way. Nem vou mencionar aqui a entrega dessa rodovia importante à iniciativa privada, que, antes mesmo de ser feita a devida sinalização, já estava lá cobrando pedágio. A pressa pelo pedágio foi algo extraordinário. A sinalização não estava pronta e a população que utiliza automóveis, caminhões, ônibus, etc., já estava pagando. Por isso manifesto a minha contrariedade.

Esse fato nós vamos começar a analisar, porque a privatização das estradas no primeiro mundo ocorre de forma diferente. As empresas constroem e depois ficam com a concessão por 30 ou 50 anos para explorá-las. Infelizmente, aqui no Brasil, os fatos acontecem de forma diferente. Pegam toda uma rede rodoviária montada e, no dia seguinte, já está se cobrando pedágio. É uma análise que teremos oportunidade de fazer. Mas a questão fundamental é a segurança na free-way.

Tive a experiência de viver essa dura realidade, que é a de trocar um pneu na free-way. Sexta-feira me dirigi a um ato político na Cidade de Capão da Canoa e tive um pneu furado. Estávamos em três companheiros. Encostamos o carro. Tivemos que colocar o carro numa parte do declive. Mesmo colocando o carro com duas rodas na parte já em declive, ficamos exatamente na marca, na sinalização da terceira pista. Pudemos observar. Colocamos o triângulo, e toda hora tínhamos que levantá-lo porque a velocidade com que passam os carros é muito grande. É impressionante, é estressante, é uma ameaça fantástica levantar o carro e trocar um pneu, porque os carros passam a 20 centímetros. Estamos endereçando às autoridades envolvidas para que encontrem uma solução para esse problema gravíssimo. Fico a imaginar se fosse uma senhora, se fossem pessoas mais idosas, como sairiam dessa situação. Se fosse à noite, por exemplo. Um modelo de estrada, como tínhamos a free-way, da melhor segurança, está transformada, na minha opinião, hoje na estrada mais perigosa e de maior risco, porque, efetivamente, o carro estando parado, não importa por que razões, as pessoas correm risco porque não há espaço de acostamento.

Essa ideologia da fluidez, da velocidade tem que ser repensada. Precisamos de segurança em nossas estradas, segurança na free-way, que era uma estrada extremamente segura. Temos que retomar as duas faixas, e não três, como atualmente ocorre, tirando absolutamente a possibilidade de qualquer parada na referida pista. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, iniciando hoje o período de recesso parlamentar, temos o ensejo de realizar a nossa primeira reunião da Comissão Representativa, que, certamente, é o início do desdobramento de um processo que será desenvolvido nesta Casa até fevereiro próximo, quando a Câmara retorna a sua plenitude.

Observei alguns pronunciamentos feitos pela manhã, especialmente os pronunciamentos do Ver. Adeli Sell e da Vera. Tereza Franco, que, por serem muito ajuizados, me dão o mote para que façamos este pronunciamento que hoje nos é propiciado em Comunicações.

Ocorre, Sr. Presidente, que, realmente, o estafante trabalho da Casa fazia com que muitos de nós - inclusive eu quero fazer esta confissão - estivéssemos ausentados da realidade da nossa periferia, da nossa Cidade, absortos que estávamos, integralmente dedicados ao trabalho legislativo.

Ontem, no primeiro dia de recesso, eu já comecei a retomar os meus contatos. Estive na Estrada da Ponta Grossa, conversando com os dirigentes da Associação Comunitária do Bairro. Presenciei algumas situações angustiantes, preocupantes, que eu julgava que já tivessem sido objeto de providências e não o foram e que serão, por conseqüência, por mim focalizadas nos próximos dias, registradas através do desgastado Pedido de Providências que, no caso, servirá para documentar a nossa mágoa de que soluções que haviam sido prometidas para aquela área de Porto Alegre tenham ficado apenas anunciadas, sem que tenham ocorrido objetivamente. O Ver. Adeli Sell já se propõe a encaminhar a questão e pede que diligenciemos e escrevamos com clareza as nossas preocupações.

De outro ponto, Ver. Adeli, a respeito do projeto de nossa autoria que disciplina a venda da tinta “spray” em Porto Alegre para dificultar a ação dos grafiteiros, nós, deliberadamente, não pedimos o art. 81 porque achamos que um projeto de tal grandeza, ainda que simples, deveria ser analisado por todas as Comissões da Casa. De certa forma, tenho uma mágoa de que um projeto dessa ordem não tenha merecido o cuidado das Comissões a ponto de que sua votação ocorresse ainda durante o período ordinário de funcionamento da Câmara de Porto Alegre, neste ano de 1997. Mas confesso que sou tentado, pelo pronunciamento do Ver. Adeli Sell, a gestionar com as demais Lideranças da Casa para que, na iminência, que me parece inevitável, de uma convocação de um período extraordinário, este projeto, que já teve tempo suficiente de ser analisado pelas Comissões, mereça ser incluído na pauta das deliberações que enfrentaremos em regime extraordinário. Esse projeto e também aquele que muda o Regimento da Casa deverão, necessariamente, merecer nossa atenção. Sejam quais forem os interesses que vierem a ser priorizados, e serão certamente aqueles que o Executivo irá indicar, a Câmara deverá, simultaneamente, indicar algumas prioridades, e uma prioridade que considero absoluta é a de que nos dediquemos um dia inteiro, se for o caso, a examinar a proposta de reformulação do Regimento para dar ao próximo Presidente da Casa, Ver. Luiz Braz, as condições objetivas para que possa fazer um bom trabalho.

Vereador Presidente, já usamos o período de Comunicações e temos o período de Comunicação de Líder, que nos é facultado pelo Regimento. Gostaria que V. Exa. nos concedesse esse último para que continuemos na tribuna.

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): É uma faculdade de que V. Exa. dispõe. A Mesa não só defere a solicitação de V. Exa., como também o Legislativo se honra em que V. Exa. continue na tribuna maior desta Casa.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço a V. Exa. até porque neste período de Comunicação de Líder, um período que é do partido na Casa, aproveito para renovar o registro já feito anteriormente da presença, entre nós, do Carlos Alberto Fortuna, meu querido amigo Branca, Vereador de Sapucaia do Sul, Líder do nosso partido naquele próspero Município da Região Metropolitana, que hoje nos dá o prazer de sua presença. Também registro a presença da Dona Neli Teixeira Madri, minha querida vovó da Nova Gleba, que já começa a me cobrar - o que eu dizia antes - a necessidade de nós aproveitarmos este período de recesso para retomarmos o nosso contato com a base. Ontem, estivemos no Retiro da Ponta Grossa, hoje estaremos na Intercap, e já estamos estabelecendo com a Dona Neli a nossa ida à Vila Nova Gleba, onde há alguns assuntos que precisamos estudar.

Enfatizando o que eu vinha dizendo anteriormente, vou-me entusiasmar com essa perspectiva de que nós possamos colocar o projeto que disciplina a venda de tinta “spray” em Porto Alegre ainda neste ano legislativo, introduzindo-o na pauta do período de Convocação Extraordinária, porque o Ver. Adeli Sell, que tem sido um grande e entusiasta defensor do projeto, tem toda a razão. Nós não podemos, em um momento em que se faz um trabalho espetacular, os comerciantes se empenhando para que Porto Alegre brilhe, seja bem iluminada, seja embelezada, vermos o brilho de Porto Alegre resplandecer à ação dos grafiteiros, que vão, diuturnamente, em um ato de exibicionismo, absolutamente inconseqüente e predatório, inutilizando os nossos melhores monumentos, as fachadas de prédios históricos. Situações que o melhor dos bons sensos diria como não cometíveis têm sido, lamentavelmente, executados por esses jovens, entre aspas, que se dedicam a esse estranho “hobby” de tingir os nossos monumentos, os nossos prédios históricos, a nossa Cidade com inscrições de mau gosto que apenas reproduzem o baixo nível cultural de quem as produz.

Eu não quis forçar a votação deste projeto em período ordinário, não requerendo o art. 81. Posso admitir até que foi um erro estratégico nosso, e por isso, aconselhado pelo Ver. Adeli Sell, vou diligenciar com as demais Lideranças. Já vejo o assentimento das Lideranças do PTB, do PSDB, do PDT, que já vão antecipando a sua concordância, e, com o apoio do Ver. Adeli Sell, que é integrante, é o Vice-Líder da maior bancada da Casa, a Bancada do PT, com toda a certeza haveremos de ter sucesso nessa nossa empreitada.

Eu gostaria de ressaltar que, apesar da oportunidade da convivência no dia de amanhã, no risco de que, por uma razão ou outra, eu não possa ter esse ensejo, quero retribuir os votos natalinos que o PTB, através de seu Líder, ofereceu a todos nós, com ele me solidarizar, me integrar, dizendo que todos nós, de uma forma ou de outra, procuramos, ao longo deste ano, cumprir com a nossa tarefa. É verdade que tivemos muitos choques, posições contrariadas, próprias de um coletivo onde todas as correntes ideológicas da Cidade são representadas, e exatamente por ter havido esse contraditório eu acho que esta Casa teve um ano feliz, um ano produtivo. Ruim seria se esta Casa não tivesse o contraditório, se não houvesse as discussões pesadas, duras, às vezes até ásperas, que tivemos, o que prova que somos um organismo vivo do Município de Porto Alegre, onde a repercussão política dos anseios, aspirações, reivindicações do povo da Cidade alcançam guarida integral na medida em que, de uma forma ou de outra, acabam tendo ressonância neste Legislativo.

Meus cumprimentos a todos os companheiros, especialmente àqueles que debutaram no Legislativo desta Cidade, e aí nós vamos ver o Ver. Eliseu Sabino, a Vera. Anamaria Negroni, o Ver. Adeli Sell, que tiveram intensa atividade, mostrando que, apesar de calouros, têm condições plenas de bem representar a parcela do eleitorado porto-alegrense que lhe confiou o mandato popular que brilhantemente estão exercendo.

Bom Natal a todos, bom Ano Novo e a certeza de que, no ano que vem, vamos continuar discordando entre nós, mas trabalhando em prol da comunidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Eliseu Sabino está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELISEU SABINO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Ver. Carlos Alberto Fortuna, do PFL de Sapucaia do Sul, que nos honra com sua presença, D. Neli, que faz parte da Mesa. Inicialmente, apresentamos a satisfação de ocupar a tribuna, sabendo que possivelmente tenhamos uma outra oportunidade.

Associamo-nos à manifestação do Ver. Adeli Sell no que diz respeito ao projeto do Ver. Reginaldo Pujol que está em andamento nesta Casa, com relação às pichações em nossa Cidade. A grande verdade é que o “slogan” “Brilha Porto Alegre”, a iniciativa de termos uma cidade limpa, a iniciativa do Executivo de fazer com que a nossa Cidade seja, realmente, uma cidade brilhante, tem o seu sentido. Estamos vendo isso na iluminação das casas, no comércio, nas ruas, nos condomínios. Temos, realmente, Ver. Adeli Sell, a insatisfação de ver esse grupo de pessoas - sabemos bem quem são - que tem a preocupação apenas de sujar a Cidade, fazer com que a Cidade de Porto Alegre deixe de ser o que vem sendo até então.

Em 1997, especificamente mais para o final, estamos vendo coisas absurdas. Na Zona Sul, onde moramos, prédios privados e públicos - aqui, também, a entrada da Câmara -, monumentos estão sendo pichados. Vemos a preocupação de comerciantes com casas bonitas, enfeitando a nossa Cidade, pintadas num dia e no outro toda a parede totalmente pichada novamente. Eles usam uma caligrafia especial e escrevem, até, coisas obscenas.

Eu creio que em bom momento a questão está sendo levantada pelo Ver. Adeli Sell em apoio ao projeto do Ver. Reginaldo Pujol. Este PLL deve ser incluído na pauta da Convocação Extraordinária da Casa. A nossa bancada, evidentemente, que também defende a beleza e brilho de nossa Cidade, certamente estará pronta para apoiar o projeto e, com isso, procurar minimizar esta situação.

Talvez nós encontremos um local para que essas pessoas, que têm o dom de riscar paredes, muros e monumentos, possam extravasar a ansiedade e desejos que possuem. Nós acreditamos que existe alternativa para todas as coisas, e este Legislativo está preocupado e também este Vereador no sentido de defender a Cidade de Porto Alegre, esta bela Cidade.

Aproveitamos este momento, também, Ver. Luiz Braz, para fazer uma sincera manifestação de solidariedade e gratidão a Deus pelo ano que está terminando.

Nós somos debutantes nesta Casa, e eu tive a preocupação de ficar observando os Vereadores mais experientes e, em especial, o meu Líder, Ver. Luiz Braz, para aprender, e eu pude, evidentemente, Ver. Isaac Ainhorn, com essa sua serenidade, tranqüilidade de passar experiência aos seus colegas, tive a tranqüilidade de aprender muito durante este ano. Acredito que o ano vindouro será promissor para todos nós. Pretendemos desempenhar a nossa função de parlamentar, representante de uma classe muito grande de nossa Cidade, e dizer a todos que vivam um feliz Natal e um próspero Ano Novo.

Parabéns a todos os Vereadores, porque desempenharam funções maravilhosas e souberam nos trazer subsídios para que tivéssemos ânimo para continuar. Feliz 1998 para todos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa a V. Exas. que amanhã, quinta-feira, haverá Reunião da Comissão Representativa às 9h30min, já sob o comando do Presidente titular desta Casa, Ver. Clovis Ilgenfritz da Silva.

Convido o Ver. Reginaldo Pujol para assumir a Presidência dos trabalhos, eis que este Vereador deverá se retirar para compromissos de representação deste Legislativo.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): A Vera. Anamaria Negroni está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nosso Líder da Bancada do PTB, futuro Presidente desta Casa, Ver. Luiz Braz; meu querido amigo Ver. Adeli Sell; Ver. Eliseu Sabino e Ver. Reginaldo Pujol, que se encontra aqui para nos ouvir nesse apagar das luzes.

O que nos trouxe aqui foi a fala do nosso querido Ver. Adeli Sell ao projeto de autoria do Ver. Reginaldo Pujol com relação às pichações. Causa-nos muita estranheza e ao mesmo tempo nos alegramos por sua fala, porque, na verdade, as pichações feitas em Porto Alegre são realizadas pela oposição - geralmente são políticas - ao Governo Estadual e Federal. Vejo com muito bons olhos o apoio de V. Exa. ao projeto do Ver. Reginaldo Pujol, porque assim teremos uma cidade mais limpa.

Por outro lado, deveríamos - quem sabe - entrar com um projeto no sentido de criarmos um muro. Assim como existe o Muro das Lamentações, por que não um muro das reivindicações ou um muro para protestos aqui em Porto Alegre? Aí essas pessoas, como disse o Ver. Eliseu Sabino, poderão extravasar os seus desejos de pichar. É uma idéia que poderemos aproveitar no ano que vem. Assim, poderemos ter uma Porto Alegre mais bonita e diferente da Porto Alegre desta nota que saiu na Zero Hora de ontem, de autoria da Sra. Arlete Fraquia, Agente de Viagens de Florianópolis, Santa Catarina, que vou ler:

“Depois de 10 anos voltei a Porto Alegre e a encontrei na mesma - cinzenta, escura e apática. Nada de obras marcantes, de novas atrações. Ousadia? Nenhuma. Dizem que as vilas melhoraram. Ótimo. E o resto? Transformaram o Mercado Público num imponente mausoléu, sem calor humano. É incrível que uma cidade cujo orgulho é o pôr-do-sol mais bonito do mundo não tenha um bar-restaurante digno deste nome para se curtir o entardecer à beira do Guaíba. Mas, justiça seja feita, a Cidade tem os cordões-de-calçada mais bem pintados e mais lindos do mundo.”

Realmente, a Dona Arlete Fraquia disse tudo o que todo porto-alegrense que enxerga deve dizer. Ela mora em Florianópolis e veio a Porto Alegre e se entristeceu, porque viu uma Porto Alegre ainda da mesma forma como quando ela saiu daqui, a mesma Porto Alegre.

Para concluir, gostaríamos de dizer que temos um projeto para a urbanização da orla do Guaíba, que ingressou este ano. Esperamos que no próximo ano ele seja votado como projeto autorizativo, aprovado por esta Casa. Sancionado pelo Prefeito Municipal, que se torne lei e que a gente consiga ter um Guaíba mais bonito e uma cidade pronta para receber turistas. A nossa intenção é fomentar o turismo, como também é o desejo do Ver. Adeli Sell. Somos também favoráveis à criação da Secretaria de Turismo, porque o turismo é o grande gerador de empregos em todo o mundo. E nós queremos emprego também aqui em Porto Alegre.

Feliz Natal a todos que nos assistem, a todos os Vereadores e funcionários desta Casa. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Estão encerrados os trabalhos.

 

(Encerra-se a Reunião às 13h02min.)

 

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